Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Boca de urna prevê derrota de Morales em referendo

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Segunda, 22 de Fevereiro de 2016 às 07:26, por: CdB

 

Pesquisas dão vitória apertada para o "não" na consulta popular sobre a reforma constitucional que permitiria ao presidente se candidatar mais uma vez

  Por Redação, com agências internacionais - de La Paz:   Pesquisas eleitorais afirmam que os bolivianos rejeitaram no domingo, em referendo, a reforma constitucional que amplia de dois para três o número permitido de mandatos presidenciais consecutivos e que possibilitaria ao presidente Evo Morales voltar a ser candidato em 2019.
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Oposição festeja, e governo diz que vai esperar resultado oficial.
Morales, que é já o líder político há mais tempo no poder na Bolívia, organizou um referendo para poder se candidatar mais uma vez, mas perdeu por 52,3% contra 47,7%, de acordo com a projeção feita pelo instituto Ipsos. Já o instituto Mori afirma que o "não" à reforma constitucional obteve 51%, e o "sim", 49%. Se as estimativas se confirmarem, esta será a primeira derrota política do presidente boliviano, na cargo desde 2006 e que previu que venceria com 70% dos votos. A reforma autorizaria Morales a disputar um quarto mandato presidencial, para se manter no poder até 2025. A divulgação das pesquisas deu início às celebrações da oposição nas ruas de várias cidades. Já o governo falou em empate técnico no resultado das pesquisas e disse que é necessário esperar pelo resultado oficial, que pode levar dias para ser divulgado. O vice-presidente Álvaro García Linera afirmou que houve um "claríssimo empate técnico eleitoral" que revela que "metade do povo optou para que se altere a Constituição". Ele disse que as pesquisas sempre consideram uma margem de erro. Por isso, advertiu que o resultado pode ser diferente do divulgado. Ele argumentou que as pesquisas não consideram os votos no exterior nem as zonas rurais, onde, segundo ele, Morales tem mais apoio. Por volta da meia-noite, o cômputo oficial chegava a 10% dos votos, e o resultado era de 67,3% para o "não" e de 32,6% para o "sim". Na Bolívia, é comum festejar e tomar como correto o resultado das pesquisas de boca de urna e da contagem rápida da noite eleitoral devido à demora do escrutínio oficial. Mais de 6,5 milhões de bolivianos estavam aptos a votar no referendo.

Denúncia

Denúncias e incidentes isolados foram registrados em algumas partes da Bolívia no referendo constitucional realizado neste domingo.

– Houve denúncias sobre a dobragem de cédulas ou a cor da credencial dos delegados que, de acordo com a lei, não deveriam ter as cores que estão impressas nas cédulas; isso se resolveu de maneira imediata – disse à RIA Novosti a vice-presidente do Tribunal Eleitoral Departamental de La Paz, Ana María Benavidez.A oficial ressaltou que na sua região, as 8.116 mesas trabalharam em normalidade, ainda que tenham sido apresentadas denúncias que “principalmente expressaram a susceptibilidade de alguns delegados por alguma das opções do sim ou do não por alguns detalhes na votação.” No Colégio 24 de Setembro, em Santa Cruz, houve queima de cédulas, segundo informou em entrevista coletiva o presidente do Tribunal Departamental, Eulogio Núñez. “Será preciso voltar e votar em 6 de março, como diz a lei”, afirmou Núñez, que lamentou que o feito tenha manchado a jornada eleitoral na cidade. Em Santa Cruz, também não foi possível iniciar a contagem em algumas zonas, o que causou confusão não apenas de eleitores, mas também de delegados. Em Sucre, moradores de várias áreas isoladas queimaram papelões em vias públicas, pedindo a instalação de mesas de contagem de votos. As autoridades eleitorais anunciaram que onde não foi possível abrir a tempo as mesas de contagem, elas serão instaladas e cumprirão as oito horas de votação a fim de garantir os votos de todos cidadãos.  
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