Primeiro-ministro britânico, Tony Blair foi acusado de promover uma farra com os jatos da rainha Elizabeth II. Informações oficiais do reino confirmam que o chefe de governo britânico utilizou aeronaves da Royal Air Force (RAF) em suas viagens de férias e autorizou seus ministros a utilizarem os jatos para visitas de rotina do governo. O próprio governo, por força de lei, foi obrigado a divulgar, nesta quarta-feira, que Blair utilizou os aviões em 677 ocasiões desde que assumiu o poder, em 1997, e gastou cerca de US$ 300 mil em cinco viagens ao exterior, a maioria delas no período de férias familiares.
As informações chegaram ao conhecimento público no cumprimento da Lei de Liberdade de Informação. Segundo a matéria legal, os ministros da Economia, Gordon Brown, também utilizou, regularmente, os vôos da RAF em vez de viajar de trem, o que implicaria em gastos muito menores. O custo das viagens de Blair nos aviões da rainha foi de US$ 3 milhões, ainda que o Partido Conservador tenha afirmado que o valor real possa ser duas ou três vezes maior. O ministro dos Transportes, Chris Grayling, declarou que novas políticas devem ser propostas para que os ministros trabalhistas economizem dinheiro em suas viagens e protejam mais o ambiente.
Já Norman Baker, parlamentar liberal democrático, declarou que o Trabalhismo pratica "um abuso grotesco do dinheiro dos contribuintes".
Escândalos
Um integrante dos Trabalhistas, partido do primeiro-ministro, mês passado, informou que o Labor recebeu empréstimos de pessoas físicas no valor de quase £ 14 milhões (quase US$ 26 milhões), antes das eleições de maio de 2005. O partido governista teria recebido £ 13,95 milhões em créditos de pessoas mantidas no anonimato. O dinheiro teria sido utilizado para financiar quase toda a campanha eleitoral, que custou £ 17,9 milhões (cerca de US$ 32,2 milhões).
Segundo porta-voz trabalhista, os pagamentos não foram declarados nem à Executiva Nacional nem à comissão eleitoral. Mas cumpriram com as normas vigentes de financiamento dos partidos, que até agora só obrigava a tornar públicas as doações superiores a £ 5 mil libras (ou US$ 8,7 milhões), enquanto os empréstimos podiam permanecer confidenciais.
Popularidade
Em pesquisa publicada no diário londrino The Times, semana passada, a maioria dos eleitores britânicos acredita que Blair está desanimado e deveria renunciar ao cargo ainda este ano. De acordo com os números apresentados pelo Instituto Populus e divulgados pelo jornal The Times, 34% dos consultados consideram que Blair deveria renunciar "imediatamente". Para 57% dos entrevistados, ele está "sem energia" e deveria abandonar o posto o quanto antes.
Outros 37% disseram acreditar que Blair ainda tem muitas coisas para realizar antes de deixar o governo. O premiê britânico sinaliza que deve ficar no poder até 2008 e negou ter diferenças com seu possível sucessor, o ministro da Fazenda Gordon Brown.