Os responsáveis da aliança entre o Banco Mundial (Bird) e a organização ecológica WWF para a defesa das florestas do planeta destacaram nesta sexta-feira, que o grande volume florestal do Brasil fazem do país a "chave" de seu programa.
O diretor-geral do WWF, Claude Martin, disse à EFE depois da inauguração de uma reunião de especialistas em Paris que "o acordo que assinamos com o Brasil no ano passado é o maior plano de proteção de florestas do mundo".
O acordo prevê ajuda financeira por parte da aliança ao Governo brasileiro para a criação de zonas florestais protegidas e outras de exploração econômica sustentável, assim como a gestão de zonas protegidas já existentes.
O objetivo é que 10 por cento da superfície da Amazônia esteja integralmente protegida, o que significa 50 milhões de hectares, aos quais se somariam outras tantas de proteção para o uso econômico sustentável, no horizonte de 2010.
-O Brasil é um ponto central para nós porque a aliança tem uma atividade muito importante no programa de proteção de zonas na Amazônia brasileira, embora existam outras áreas importantes- disse Martin.
Acrescentou que a aliança já reuniu os 81 milhões de dólares necessários para a financiamento da primeira fase do plano, que terminará no próximo ano, e que trabalha "com o Governo brasileiro para identificar as zonas a serem protegidas".
Calcula-se que a segunda fase requeira 140 milhões de dólares de financiamento e a terceira uns 240 milhões de dólares.
O diretor de Florestas do Ministério do Meio Ambiente brasileiro, Carlos Antonio Vicente, disse à EFE que "é vital a ajuda do Banco Mundial para a proteção da massa florestal e para convertê-la em um fator de desenvolvimento econômico, objetivo prioritário do Governo de Luiz Inácio Lula da Silva".
-Não se trata apenas de declarar zonas protegidas. É preciso investir dinheiro na gestão dessas regiões. Por isso, quanto mais cresce a superfície protegida, mais dinheiro é necessário-comentou Vicente.
-Do sucesso do que se faça no Brasil depende o êxito desta aliança. Nós estamos de acordo na forma como se aborda o problema, porque a utilização da floresta pode servir para desenvolver a economia das regiões mais pobres do país- acrescentou.
Vicente se mostrou partidário de um modelo de "desenvolvimento sustentável que se oponha ao desflorestamento selvagem, que produz um lucro imediato mas que não serve para desenvolver o país".
Além do Brasil, a aliança entre Bird e WWF pretende atuar em outras regiões, como a bacia do rio Congo, na África; o leste da Ásia e as florestas da Europa do Leste e da Rússia.