Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo afirmou nesta quinta-feira que considera ter a "obrigação" de trabalhar em projetos de longo prazo para o país e rechaçou a avaliação de que o plano fiscal por ele apresentado seja "rudimentar". Os comentários, por meio de sua assessoria, foram uma reação a críticas feitas pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a um projeto de ajuste fiscal de longo prazo apresentado por Bernardo em meados de outubro na reunião da Câmara de Política Econômica.
Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, na última quarta-feira, Rousseff classificou a proposta de "rudimentar", o que gerou comentários de insatisfação do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que apóia o projeto. Bernardo afirmou ainda que o projeto é "preliminar" mas não rudimentar, e que foi discutido previamente com técnicos dos ministérios do Planejamento e da Fazenda.
O programa prevê a manutenção do superávit primário em 4,25 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) pelos próximos anos, a prorrogação da vigência da CPMF e a elevação gradual da parcela de receitas do Orçamento que pode ser gasta livremente pelo governo. Segundo a assessoria de Bernardo, o ministro mantém a intenção de apresentar projeções mais detalhadas sobre o programa na próxima reunião da câmara, neste mês.