Segundo os médicos do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, unidade de referência na região, a evolução do quadro de saúde do bebê é boa
Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro:
Apesar de grave, é estável o quadro de saúde do bebê Arthur que foi atingido por um tiro ainda dentro da barriga da mãe, Claudineia dos Santos Melo, no dia 30 de junho. O parto de emergência foi feito no Hospital Municipal Dr. Moacyr do Carmo, em Duque de Caxias, na região metropolitana do Rio, onde Claudineia teve alta na quinta-feira.
Segundo os médicos do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, unidade de referência na região, a evolução do quadro de saúde do bebê é boa. Ele respira sozinho, sem ajuda de aparelhos. Arthur foi levado ainda na sexta-feira para o hospital.
O coordenador médico da UTI Neonatal do hospital, Eduardo de Macedo Soares, destacou que a atuação da equipe no hospital municipal Dr. Moacyr do Carmo foi importante para estabilizar o menino. Para que ele pudesse ser transferido.
Soares ressalta que Arthur continua internado na UTI Neonatal e está com quadro de paraplegia, mas as chances de recuperação são boas. “Existe esperança, porque no bebê existe uma coisa que a gente chama de neuroplasticidade. O bebê pode sim regenerar algumas áreas (neurológicas) e voltar (a movimentar as pernas). Mas é muito cedo para qualquer prognóstico.
É um quadro clínico grave, ele respira por conta própria, porém ainda precisa de um suporte mínimo ventilatório. É um bebê (em situação) grave. Mas já está fazendo dieta, já foi para o colo da mãe, então está progredindo como a gente espera”.
Cirurgia
De acordo com o coordenador médico da neurocirurgia, Vinícius Mansur Zogbi, o bebê passou por uma cirurgia para descompressão da medula na terça-feira. Após fazer uma ressonância nuclear magnética. “A cirurgia foi muito satisfatória, o exame de imagem não mostrou rompimento da medula. O que também vimos na cirurgia. Tinha muito edema e contusão.
Isso foi muito bom, a cirurgia foi bem feita, bem sucedida. Mas qualquer prognóstico agora é muito precoce para a gente falar, tem que esperar um pouco. A pior das situações é que ele não volte a mexer as pernas”.
Zogbi destaca que também não houve lesão no cérebro. “Quando o projétil pegou no crânio. Ele teve um traumatismo craniano, mas não teve nada intracerebral, foi um hematoma subdural. Entre o osso e o cérebro, então é um prognóstico muito melhor do que se fosse alguma coisa intracerebral, ele vai recuperar.
O projétil
O projétil passou de raspão no crânio, lacerou a orelha, entrou no ombro direito, fraturou a clavícula. Entrou no tórax, fez a explosão da terceira vértebra, fraturou a quarta, cruzou para o pulmão esquerdo e saiu pelo lado esquerdo”.
Os dois médicos concederam entrevista à imprensa na manhã desta sexta-feira, ao lado do secretário estadual de Saúde, Luiz Antonio Teixeira Jr. O secretário agradeceu o empenho dos profissionais. Ele disse que a família terá todo o suporte da rede pública para o desenvolvimento de Arthur.
– Ele está tendo um excelente tratamento, a rede do Rio de Janeiro tem essa excelência. A gente vive numa verdadeira guerra urbana. Esse ano já atendemos mais de 650 pessoas baleadas nos nossos hospitais e nossas equipes são preparadas para essa situação. Quero parabenizar os profissionais. Quando houver a necessidade de reabilitação, a gente vai tentar que essa criança seja referenciada tanto na Rede Sarah quanto na ABBR (Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação), que são equipamentos públicos, filantrópicos.