Movimentar a indústria cultural para gerar emprego, aquecer a economia e ajudar financeiramente regiões mais pobres do país. Este tem sido o pensamento do ministério da Cultura e vários órgãos do governo federal. Pela primeira vez, o Banco do Nordeste tem um concurso para patrocinar projetos culturais da região, de Minas Gerais e Espírito Santo. É o "Programa BNB de Cultura" que investirá R$ 1 milhão neste primeiro semestre e a idéia é abrir um novo concurso ainda este ano com o mesmo valor.
Em 2003, o ministério da Cultura divulgou pesquisa realizada pela empresa Incubadora Gênesis. O estudo, de Luís Carlos Prestes Filho, mostrou que a indústria da cultura paga mais impostos e gera mais empregos do que setores como a metalurgia, têxtil, pedras ornamentais, de móveis ou química.
Entre os critérios de seleção do "Programa BNB de Cultura", estão a geração de empregos e a participação de populações socialmente carentes.
- A idéia é focar nos municípios do interior do Nordeste, onde existe um maior vácuo de políticas públicas, que geralmente não chegam, e em Minas e Espírito Santo, regiões consideradas carentes e enquadradas na área de atuação do Banco - explica o superintendente de Cultura do BNB, Paulo Mota. As inscrições devem ser feitas no site do Banco: www.bnb.gov.br ou em qualquer agência.
O investimento é direto e vem da verba de patrocínio do Banco, não fazendo parte da Lei de Incentivo Cultural (Lei Rouanet). Mas o projeto foi elaborado em parceria com o ministério da Cultura.
- A gente fez articulação com o ministério para elaborar os critérios de avaliação dos projetos, procuramos refletir as prioridades que o ministério tem hoje - conta o superintendente.
Quatro áreas serão contempladas pelo programa: música, literatura, artes cênicas e visuais. Para cada um dos setores, serão destinado R$ 250 mil. Podem se inscrever projetos que variem de R$ 5 a R$ 100 mil. Ao todo, o programa pretende contemplar 88 projetos, sendo 22 de cada uma das áreas.
Outro objetivo é a valorização da cultura local. Porém, Mota adianta que:
- Se alguém quiser encenar uma peça de Shakespeare, a gente vai apoiar da mesma forma que uma peça de Ariano Suassuna, que é um grande autor nordestino - garante.
A idéia é apoiar grupos pequenos, que estão à margem da mídia e:
- Têm dificuldade de trânsito no setor comercial - afirma.
O Banco do Nordeste exige uma contrapartida de 20% dos produtos ou ingressos de eventos realizados a partir do patrocínio para que o Banco faça:
- Um uso público desse produto, que pode ser a doação de livros a uma biblioteca ou a distribuição gratuita de ingressos à população - diz Paulo Mota.
Banco do Nordeste vai investir R$ 1 milhão em projetos culturais
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Segunda, 07 de Fevereiro de 2005 às 16:43, por: CdB