Rio de Janeiro, 20 de Janeiro de 2025

Bala que atingiu estudante não teria sido disparada do morro do Turano

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Sexta, 09 de Maio de 2003 às 21:06, por: CdB

A bala que atingiu a estudante de enfermagem Luciana Gonçalves Novaes, de 19 anos, na última segunda-feira, na Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, não foi disparado do Morro do Turano, que fica próximo à faculdade. De acordo com informações da TV Globo, uma fita de vídeo do sistema interno da faculdade pode mudar o rumo das investigações. A filmagem começou a ser analisada na madrugada deste sábado na secretaria de segurança do Rio de Janeiro. De acordo com as primeiras informações, o disparo foi feito por uma pessoa de dentro da faculdade, usando uma pistola ponto 40. A munição da arma não conseguiria percorrer os 600 metros entre o morro e a universidade. A pistola ponto 40 é de uso privativo da polícia, e não é vendida no mercado. Entre os cursos ministrados no campus Rio Comprido da Estácio de Sá, está o de Direito, freqüentado por muitos policiais. O estado da jovem, operada na quinta-feira, é crítico, e ela ainda corre risco de vida. Neste sábado, às 15h, a família de Luciana participa de missa na Catedral Metropolitana. De acordo com o secretário de Segurança do Rio, Anthony Garotinho, a apuração do crime "está tomando outra direção". - Não vou dar nenhuma informação precipitada, mas pela fita do circuito interno da Universidade e pelas investigações que estamos fazendo, posso dizer que há 95% de possibilidade de o tiro ter sido disparado de dentro do próprio campus. São informações do delegado que cuida do caso e isso muda o caminho das investigações - informou o secretário. Medo nas escolas O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Rio, José Antônio Teixeira, afirmou que 10 mil alunos ficaram sem aula no Rio nesta sexta-feira por supostas ameaças que teriam sido feitas por traficantes. - Nós queremos a volta da ronda escolar e a instação da linha de pronto atendimento para entrar em contato direto com a polícia - disse Teixeira, após participar de uma reunião com o chefe do gabinete-geral do Comando da Polícia Militar, coronel Humberto Oliveira, para pedir providências. O tradicional Colégio Andrews, localizado em Humaitá, na Zona Sul, permaneceu fechado o dia inteiro depois de receber ameaça dos traficantes. Segundo o diretor da escola, Edgar Flecha Ribeiro, a escola foi alvo de duas ameaças, uma na quarta e outra na quinta. É a primeira vez nos 25 anos da escola naquele bairro que um caso como esse é registrado. Uma operação policial na tarde desta sexta-feira deixou oito pessoas mortas no morro da Mineira, na região central da cidade. Durante a madrugada, dois traficantes morreram em confronto com policiais do batalhão de Rocha Miranda, na Zona Norte. Ainda na madrugada, o policial Carlos Machado de Oliveira, de 28 anos, foi assassinado quando fazia compras com a mulher em um supermercado da Baixada Fluminense. A polícia disse que ele foi reconhecido por homens armados e acabou sendo morto a tiros. Na Avenida Maracanã, também na Zona Norte, o policial Márcio de Oliveira, de 31 anos, foi morto ao reagir a um assalto. A namorada dele, que estava no carro com o PM, presenciou o crime. Finalmente, na Avenida Brasil, o policial Hudson Moura, de 28 anos, foi surpreendido por um comboio de traficantes durante uma ronda. Houve troca de tiros e o PM ficou gravemente ferido. Ele chegou a ser hospitalizado, mas não resistiu aos ferimentos.

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