Avião pequeno atinge prédio da Pirelli em Milão

Um monomotor modelo Piper chocou-se, nesta quinta-feira, contra o prédio da Pirelli na região central de Milão - a segunda maior cidade da Itália e capital industrial do país -, provocando a morte de pelo menos três pessoas e deixando 45 feridos. O governo italiano descartou a hipótese de atentado terrorista. Antes da colisão, o piloto da aeronave fez contato com a torre de um aeroporto e relatou problemas mecânicos. O piloto, que morreu no acidente, disse que já não tinha mais o controle do avião. O avião, usado com fins de turismo, partiu de Lugano, na Suíça, com destino a Roma e atingiu o vigésimo sexto dos 30 andares do prédio às 17:50, hora local (1450 GMT). A tragédia não foi maior porque, no momento do choque, o expediente no prédio, que abriga escritórios do governo regional da Lombardia, havia acabado de terminar. Ainda assim, dezenas de funcionários ficaram presos nos elevadores. Entre os feridos, a maioria sofreu fraturas nos braços e nas pernas; alguns foram atingidos por destroços na calçada do prédio, localizado próximo à principal estação de trens da cidade. As autoridades italianas fecharam o espaço aéreo de Milão após a colisão, que abriu um grande rombo nos andares superiores do prédio, conhecido como Torre Pirelli, apesar de o fabricante de pneus não ter escritórios no local. Os bombeiros controlaram rapidamente o incêndio desencadeado pela colisão. O arranha-céu, uma agulha de quase 140 metros de altura, é um dos edifícios mais altos do mundo. Foi projetado na década de 1950 pelos arquitetos Gio Ponti e Píer Luigi Nervi. Junto com a Catedral de Milão, é um dos principais símbolos da cidade. As primeiras imagens exibidas pela televisão italiana trouxeram à tona as lembranças dos atentados de 11 de setembro contra as Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York. Antes do desmentido do governo italiano, muito se especulou sobre um ataque terrorista. O presidente do Senado, Marcello Pera, classificou o incidente como "muito provavelmente" um atentado. Uma testemunha, Gianluca Liberto, engenheiro que trabalha em um prédio da região, contou detalhes da colisão. "Ouvi um estrondo estranho e fui até a janela. Vi então as janelas do edifício Pirelli estourando e fumaça saindo de dentro", disse. Outras testemunhas afirmaram que o monomotor já estava pegando fogo quando atingiu o prédio. O avião tinha capacidade para quatro pessoas, mas levava apenas o piloto.