Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Atrasos na formação da Alca não preocupam o Brasil, diz negociador

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Quarta, 24 de Março de 2004 às 06:38, por: CdB

O principal negociador brasileiro nas discussões para a implementação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) disse nesta quarta-feira que um eventual atraso na criação do bloco, prevista para janeiro de 2005, não seria um problema mesmo que os Estados Unidos ainda estejam comprometidos com esse prazo.

O Brasil disse que um acordo até o final do ano "não é totalmente impossível", no entanto, "se houver dificuldade em cumprir o prazo nós não vemos isso como algo problemático", disse o negociador Luiz Filipe de Macedo Soares a parlamentares de países de toda a América que se reuniram para discutir as negociações para formação do bloco:

- Colocar em prática a decisão (de Miami), levará um certo tempo.

O Brasil e os Estados Unidos tentaram contornar suas divergências em Miami no ano passado ao propor uma Alca light que teria um acordo base e outros paralelos para nações que buscarem um maior comprometimento.

As negociações em Puebla, México, para fechar as negociações foram suspensas e uma segunda tentativa que deveria acontecer na semana passada, foi suspensa pela falta de acordo.

Analistas sugerem que o prazo de 2005 está morto, mas nenhuma das partes envolvidas quer admitir isso temendo críticas.

- Ainda estamos comprometidos com o atual cronograma e não houve nenhuma discussão para mudar isso -, disse o negociador-chefe dos EUA para a Alca, Ross Wilson, durante seminário em Santiago, no Chile.

O Brasil tem brigado por melhor acesso aos mercados agrícolas da América do Norte antes de entrar, junto com outros países do Mercosul em um bloco comercial das Américas.

Macedo Soares negou que as negociações estejam paradas na expectativas das eleições eleitorais dos EUA para conseguir melhores termos no acordo final.

- Devemos seguir com isso independentemente do fato de haver uma campanha eleitoral - disse a jornalistas.

Analistas crêem que os negociadores dos EUA suavizem suas posições na questão agrícola depois que as votações estiverem encerradas em importantes regiões agrícolas do país, como a Florida, que decidiu a eleição presidencial de 2000.

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