Autoridades do Rio se reuniram nesta terça-feira para definir formas de melhorar a segurança em pontos turísticos na cidade, depois de um feriado prolongado em que foram registrados 24 assaltos contra visitantes.
Turistas da Alemanha, da Itália e da Argentina estão entre as vítimas. Uma japonesa de 61 anos continua hospitalizada depois de ser esfaqueada na sexta-feira, quando tentava fugir dos ladrões.
- Vamos implantar um sistema de policiamento mais pró-ativo procurando identificar suspeitos para reduzir o número de roubos e furtos a turistas - disse o secretário de Segurança Pública do Estado do Rio, Marcelo Itagiba, depois de uma reunião com delegados e comandantes de Batalhões da Polícia Militar, convocada para discutir um plano para reduzir a violência contra turistas.
Segundo o secretário, o número de policiais e câmeras instaladas na cidade é suficiente para garantir a segurança dos turistas.
Neste ano foram registrados 2.553 assaltos a turistas até setembro, ante 2.995 registrados em todo o ano passado, informou a secretaria.
- Qualquer medida que as autoridades decidam tomar agora já deveria ter sido tomada há muito tempo - disse Alfredo Lopes de Souza, presidente da associação carioca de hotéis. "As autoridades não estão fazendo o bastante para proteger os turistas e cidadãos."
O turismo gera 1 bilhão de dólares por ano para o Rio, dinheiro essencial para a economia da cidade. Mas os turistas parecem ser cada vez mais alvo da violência.
Em outubro, homens armados sequestraram um ônibus com 17 alemães que ia do aeroporto do Galeão para um hotel. No dia seguinte, dois norte-americanos foram roubados na mesma avenida quando estavam dentro do carro de uma agência de viagens.
- Tudo isso afeta a decisão dos turistas sobre onde ir. As taxas de ocupação estão razoáveis agora, mas poderíamos ter muito mais gente vindo, poderíamos estar construindo novos hotéis, mas não estamos. A violência é o maior problema do Rio - disse Lopes.
O policiamento foi reforçado há um mês, depois que um vídeo amador mostrou um arrastão contra turistas em plena luz do dia. Nas últimas semanas, mais agentes passaram a patrulhar as praias e a realizarem prisões, mas isso não surtiu muito efeito.
- Não há uma política eficiente de segurança pública, mesmo o que eles mostram para os estrangeiros não está funcionando - o sociólogo Ib Teixeira, autor de um livro sobre o custo da violência no Rio - Perdemos um milhão de turistas por ano devido à violência.
Os norte-americanos são o grupo que mais gasta nas suas viagens e, segundo Teixeira, os alertas do Departamento de Estado sobre a criminalidade nas grandes cidades brasileiras estão assustando os visitantes dos EUA. Os turistas são orientados, por exemplo, a não tomar ônibus no Rio e a usar roupas discretas.
- Eu também fui alertado muitas vezes, estava bastante cauteloso quando andava pelo Rio - disse o turista russo Nikolai, 60 - Mas aí eu me distraí com a beleza da paisagem e imediatamente perdi minha câmera e meu celular.