Rio de Janeiro, 23 de Janeiro de 2025

<i>Assalto à 13a. DP</i> é thriller urbano com Ethan Hawke

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Sábado, 09 de Abril de 2005 às 13:55, por: CdB

O remake "Assalto à 13a. DP", estréia da sexta-feira, consegue ser bem melhor do que a maioria das refilmagens recentes que tomaram conta dos cinemas. Mas, mesmo assim, isso não significa que o filme seja de fato bom.

O original de 1976, de John Carpenter, foi retrabalhado de maneira suficiente para que o thriller urbano atual ganhasse uma qualidade própria.

Os astros Ethan Hawke e Laurence Fishburne -- o original de Carpenter não tinha nenhum ator que pudesse ser descrito como astro -- têm peso suficiente para que a história se conserve envolvente, apesar de alguns dos personagens coadjuvantes penderem para o caricato.

Outro problema é que falta ao filme suspense em doses suficientes para que o ultraviolento "Assalto" agrade realmente a seu público alvo -- o masculino jovem, a maior parte do qual não deve conhecer o filme feito por Carpenter alguns anos antes de tornar-se conhecido com "Halloween -- A Noite do Terror".

Vale notar que o "Assalto à 13a. DP" de John Carpenter foi ele próprio um remake, inspirado por "Onde Começa o Inferno" ("Rio Bravo"), faroeste de 1959 de Howard Hawkes estrelado por John Wayne e Dean Martin.

Mas Carpenter trocou a cadeia de uma cidade do Velho Oeste por uma delegacia de polícia de Los Angeles, prestes a ser fechada, que é cercada e atacada por integrantes de uma gangue.

O fato de a história toda transcorrer em apenas um local garantiu muita tensão claustrofóbica que foi intensificada pela trilha sonora de Carpenter, à base de sintetizadores.

Na nova versão, o diretor francês Jean-François Richet e o roteirista James DeMonaco ("A Negociação") mudaram o local onde a história acontece para uma delegacia decrépita na periferia de Detroit, coberta de neve, nos últimos momentos do ano 2004.

O mau tempo obriga um ônibus carregado de detentos que vão para uma penitenciária a fazer um desvio para a isolada 13a. DP, apesar de o local estar em processo de fechamento.

Entre os poucos presos que a delegacia ainda abriga em suas celas está o temível chefão criminoso Marion Bishop (Fishburne), cuja presença atrapalha a comemoração de Ano Novo planejada pela secretária da delegacia, Iris (Drea de Matteo), e o veterano policial Jasper "Old School" O'Shea (Brian Dennehy).

Mesmo o sargento Jake Roenick (Hawke) pretendia participar das festividades, apesar de ainda carregar as cicatrizes físicas e emocionais de uma operação antidrogas fracassada realizada meses antes e que deixou mortos entre sua equipe.

Os planos vão por água abaixo quando a delegacia é atacada não por membros de uma gangue, mas por uma força de atiradores de elite comandada por Marcus Duvall (Gabriel Byrne), chefe do Esquadrão de Combate ao Crime Organizado, que pretende eliminar Bishop e qualquer outra pessoa que se colocar em seu caminho.

A ação avança tensa até a metade do filme. Quando ainda faltam bons 15 minutos para o final, DeMonaco e o diretor Richet, tendo exaurido todas as possibilidades envolvendo a própria delegacia, são obrigados a transferir a ação para o ar livre, o que leva a tensão, já enfraquecida, a cair ainda mais.

Ethan Hawke e Laurence Fishburne têm um trabalho sólido, mas boa parte do elenco coadjuvante, incluindo Maria Bello e John Leguizamo, é obrigada a encarar personagens tão padronizados que ameaçam mergulhar esse "Assalto" no atoleiro das convenções dos filmes B.

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