A Argentina fará parte do Conselho de Segurança da ONU a partir de 1º de janeiro, mês no qual também presidirá o principal órgão decisório da organização e espera impulsionar o debate sobre a situação no Haiti e no Sudão.
As eleições no Iraque serão também um tema recorrente durante a presidência argentina, declarou em entrevista à EFE o embaixador deste país na ONU, César Mayoral.
O diplomata manifestou seu orgulho pelo ingresso, pela oitava vez, de seu país ao organismo, o que, na sua opinião, significa "uma demonstração da confiança da comunidade internacional na Argentina e no governo do presidente Néstor Kischner".
O embaixador ressaltou que o país pouco a pouco está saindo da crise e do isolamento em que tinha caído e ocupando um lugar de destaque no cenário internacional.
- Com a entrada no Conselho, começamos a concretizar a reconstrução de um país amante da paz e defensor do multilateralismo - precisou.
A Argentina, que entrou à ONU como membro fundador em 1945, ocupou um assento não permanente no Conselho nos biênios 1948-49, 1959-60, 1966-67, 1971-72, 1987-88, 1994-95 e 1999-2000.
Junto a este país, que substituirá o Chile, também entrarão em janeiro por um mandato de dois anos Japão, Tanzânia, Grécia e Dinamarca, em representação de seus respectivos grupos regionais.
A Argentina, quem assume a presidência em virtude de um sistema rotativo estabelecido por ordem alfabética, se fixou como prioridade debater a difícil situação do Haiti quase um ano depois da queda do presidente Jean-Bertrand Aristide, em fevereiro.
O Sudão será outro tema de debate em janeiro, já que o governo de Cartum e o grupo rebelde sulista exército Popular de Libertação do Sudão (EPLS) se comprometeram a alcançar um acordo global antes de 31 de dezembro para dar fim a uma guerra que começou em 1983.
Ao mesmo tempo, continuam as violações do cessar-fogo na região sudanesa de Darfur, onde desde fevereiro de 2003 se desenvolve outro conflito no qual morreram mais de 70.000 pessoas e 1,65 milhão de pessoas foram deslocadas pelos conflitos.
Apesar de a Argentina se mostrar cautelosa diante da possibilidade de impor sanções a Cartum, não descarta que finalmente se delineie por considerar que "às vezes é a única maneira para poder deter um processo de destruição".
Outros temas que o Conselho acompanhará de perto são as eleições presidenciais palestinas de 9 de janeiro, que, na opinião de Mayoral, representa "um marco importante para a obtenção da paz no Oriente Médio".
A respeito do Iraque, indicou que "as coisas não vão tão bem quanto se desejaria" e que a escalada de violência dificulta a realização de eleições à Assembléia Nacional Transitória previstas para 30 de janeiro.