Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Argentina faz nova proposta para sair de moratória

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Quinta, 04 de Novembro de 2004 às 17:16, por: CdB
O governo da Argentina anunciou na segunda-feira sua oferta para reestruturação da dívida externa de cerca de US$ 100 bilhões (mais de R$ 280 bilhões) que não vem sendo paga há quase três anos.

Segundo a agência Reuters, o ministro da Economia argentino, Roberto Lavagna, disse que a Argentina vai emitir até US$ 41,8 bilhões em novos bônus em troca dos que não vem sendo pagos. A troca deverá ser completada até 17 de janeiro de 2005.

A Argentina suspendeu o pagamento da dívida com credores privados em dezembro de 2001, quando a crise econômica no país chegou ao auge.

"Não me parece ser uma oferta atraente. Certamente está muito abaixo do que a Argentina pode pagar, segundo consenso geral", disse à Reuters Hans Humes, co-presidente do Global Committee of Argentina Bondholders (comitê de credores), que diz representar detentores de US$ 37 bilhões em bônus.

Crise de 2001

A crise na Argentina culminou com a suspensão dos pagamentos da dívida e com o fim da política de câmbio fixo, que manteve o valor do peso atrelado ao dólar por uma década.

Embora a economia do país tenha voltado a crescer, o problema para pagar a dívida ainda existe e representa um dos principais desafios para o governo do presidente Néstor Kirchner.

A Argentina tem sido pressionada pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) e pelos governo de países ricos para realizar uma "negociação séria" com os credores.

Itália, Alemanha e Japão têm demonstrado maior interesse em ver algum progresso nas negociações. Os três países têm milhares de cidadãos que investiram em bônus do governo argentino.

Autoridades argentinas, no entanto, afirmam que o país não tem condições para oferecer uma proposta melhor. Mesmo se o governo pudesse apresentar uma oferta mais generosa aos credores, isso provavelmente teria um efeito negativo no cenário político argentino.

A proposta do país será agora analisadas pelos órgãos reguladores do setor financeiro nos Estados Unidos, antes de ser formalmente entregue aos credores, que terão de dar uma resposta à oferta nas semanas seguintes.

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