A Arábia Saudita pediu nesta segunda-feira a seus cidadãos que notifiquem as autoridades caso algum parente desapareça. O governo do reino acha que isso pode evitar que jovens sejam recrutados por grupos militantes islâmicos.
O apelo, feito pelo Ministério do Interior, é mais uma tentativa do governo saudita de recuperar sua imagem no exterior, abalada por causa dos atentados de 11 de setembro de 2001 e as bombas em condomínios de estrangeiros em Riad, em maio deste ano.
- O governo está interessado em proteger seus cidadãos e filhos de serem enganados por grupos suspeitos que tentam conduzi-los para o crime e distanciá-los de sua formação islâmica e moral - disse o ministério.
- Os cidadãos devem notificar imediatamente qualquer ausência ou perda de contato com crianças ou parentes, de modo que as autoridades responsáveis possam ajudar a família a localizá-los antes que algum dano ocorra - disse a nota.
Muitos jovens sauditas desapareceram nos últimos anos para se juntar à Al-Qaeda em seus campos de treinamento do Afeganistão.
A maioria dos sequestradores suicidas que agiram nos EUA em 11 de setembro de 2001 eram de origem saudita, simpatizantes de Osama Bin Laden, também nascido no país. Especula-se que a rede Al-Qaeda esteja por trás do ataque que matou 35 pessoas em maio em Riad, das quais nove norte-americanos.
Washington vem aumentando a pressão sobre a Arábia Saudita, um importante aliado político e econômico, a fim de combater os militantes no país e retirar espaço do poderoso clero muçulmano, que o Ocidente acusa de alimentar o ódio contra cristãos e judeus.
A Arábia Saudita intensificou sua campanha contra os militantes depois do atentado de maio, o que levou a vários choques entre policiais e ativistas islâmicos e à prisão de mais de 200 suspeitos.
Alguns religiosos sauditas dizem que a repressão está induzindo os militantes a irem para o Iraque, onde combatem as tropas de ocupação norte-americanas.