O novo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu a realização da reforma política e disse que buscará um entendimento com deputados e presidentes dos partidos para tentar avançar em pontos de consenso sobre a matéria.
- Precisamos construir uma harmonia em torno da reforma política. Como está, não dá para continuar - disse o senador alagoano em sua primeira entrevista após ser eleito para substituir o também peemedebista José Sarney (AP).- Nós precisamos fazer a reforma política, que deveria ter sido a primeira das reformas.
Os comentários de Renan foram ecoados por senadores governistas e de oposição. A defesa do projeto cresce num momento em que o ex-governador do Rio Anthony Garotinho, presidente estadual do PMDB, faz um esforço para inflar a bancada de seu partido na Câmara para tentar derrubar o atual líder José Borba (PR), aliado do Palácio do Planalto.
O líder do governo no Senado, Aloízio Mercadante (PT-SP), afirmou que a reforma política deve sair neste primeiro semestre para evitar que seja discutida "no calor da disputa eleitora".
- A reforma política tem que ser feita agora, entre outras coisas a fidelidade partidária, para que não se repita as experiências como as que estamos vendo no momento - afirmou.
O senador petista listou também como as prioridades do governo para este ano a reforma tributária infra-constitucional, a conclusão da reforma do Judiciário, além da lei de biossegurança e do projeto das agências reguladoras, que aguardam votação na Câmara dos Deputado.
A reforma política, cujo debate se acalora depois de anos eleitorais, ainda deve ser votada no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara antes de ir ao plenário, mas o pequeno interesse efetivo de deputados e senadores na matéria torna difícil sua aprovação.
Um dos pontos que é bastante defendido no discurso dos parlamentares, a fidelidade partidária, foi excluída do texto do relator, o deputado Rubens Otoni (PT-GO), com a argumentação de que o fim do voto personalizado teria um efeito similar.