Delegados federais argumentam que acampamento em solidariedade a Lula representa um risco à população.
Por Redação, com correspondente - de Curitiba
Titular do Ministério da Segurança Pública, Raul Jungmann negou o pedido de transferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma unidade militar. Condenado a 12 anos e 1 mês de prisão e preso, em isolamento, na sede da Polícia Federal (PF) do Paraná, Lula permanecerá sob esta custódia “enquanto determinar, unicamente, a Justiça”, disse Jungmann.
O Sindicato dos Delegados da Polícia Federal do Paraná (SDP-PR) havia pedido, nesta manhã, que o superintendente da PF, Maurício Valeixo, transferisse o líder petista da carceragem de Curitiba, onde ele está preso desde sábado; para um quartel do Exército.
Nos arredores do edifício, a polícia montou bloqueios para evitar manifestações contra ou a favor ao ex-presidente. Apenas está autorizado o acesso de funcionários, jornalistas, policiais e pessoas que tenham algum procedimento marcado com a PF.
‘Invasores’
Os delegados federais, para justificar o pedido, afirmam que “a medida mais acertada seria a transferência imediata do ex-presidente para uma unidade das Forças Armadas, que possua efetivo e estrutura à altura dos riscos envolvidos”.
“Há comprovados riscos à população que reside no entorno do prédio da PF, aos policiais federais e demais integrantes do sistema de segurança pública que moram nas imediações da sede da Polícia Federal”, diz a nota do SDP.
Segundo os delegados, “alguns invasores já se instalaram com barracas e determinada estrutura”. Eles estariam, de acordo com os policiais, “promovendo ações no sentido de intimidar estas pessoas”. Ao contrário do que as mídias independente e conservadora têm noticiado; os policiais disseram que moradores do local têm reclamado da presença dos manifestantes.
Artistas
Enquanto muitos abrem suas residências para apoiar os manifestantes com víveres, água e abrigo; há também aqueles moradores que reclamam. Eles se incomodam com os discursos e as atrações artísticas que defendem o ex-presidente.
A apresentadora Bela Gil, por exemplo, entregou cestas de alimento agroecológicos aos acampados. A cantora Ana Cañas também tem animado o ambiente.
Embora a PF sequer teve tempo de se pronunciar sobre a proposta. A resposta do Ministério foi mais rápida.