Apesar da frustração do Produto Interno Bruto (PIB), a soma das riquezas produzidas no país ao longo de 2006 ficou mesmo no tímido patamar dos 2,86%, de acordo com a expectativa de analistas de mercado ouvidos pelo Banco Central, sobre tendências dos principais indicadores econômicos. Os analistas das 100 maiores instituições financeiras do país chegaram a acreditar que o PIB aumentaria 3% neste ano, mas a constatação, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de que o crescimento econômico do trimestre julho-setembro foi de apenas 0,5% em relação ao trimestre anterior, derrubou mais ainda as estimativas dos analistas.
A involução resultou, principalmente, da queda constante nas projeções de crescimento da produção industrial, que há um mês eram de 3,40% e na pesquisa atual chegaram a 3,11%, com reflexo negativo também na estimativa de crescimento industrial para 2007, que passou de 4,30% para 4,10%. Contraditoriamente, porém, a perspectiva é de queda na relação entre dívida líquida do setor público e PIB. De acordo com a perspectiva dos analistas pesquisados, a relação dívida/PIB deve encerrar 2006 em 50,17%, contra projeção de 50,30% na pesquisa anterior; e a equivalência para o ano que vem deve cair para 49%, ante estimativa de 49,10% na semana passada.
Já o saldo da balança comercial (exportações menos importações), para felicidade geral da nação, superou todas as expectativas e deve ficar em torno de US$ 45 bilhões neste ano (US$ 38 bilhões em 2007), o que garante US$ 12,10 bilhões, este ano, de saldo em conta corrente, que envolve todas as transações comerciais e financeiras com o exterior, e permite projetar saldo de US$ 5,65 bilhões na conta corrente de 2007. São projeções para um cenário de mercado no qual a cotação do dólar norte-americano sofre mais uma redução, de R$ 2,16 para R$ 2,15, no fechamento do ano, com perspectiva de chegar ao final de 2007 valendo R$ 2,25; ao mesmo tempo em que a taxa básica de juros (Selic), hoje de 13,25%, caia para 12% até dezembro do próximo ano.
No centro da meta
O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) fechou o ano com inflação de 3,83%, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quinta-feira. O índice acumulado no ano é superior somente ao de 2005, quando ficou em 1,21%, e de 1998, que foi de 1,78%. O indicador é calculado desde 1989. Em dezembro, o índice teve alta de 0,32%, uma desaceleração frente ao avanço de 0,75% registrado em novembro. Economistas consultados pela agência inglesa de notícias Reuters esperavam inflação de 0,37% no mês e de 3,85% no ano.
O Índice de Preços por Atacado (IPA) subiu 0,29% em dezembro, depois da alta de 1,02% em novembro. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) avançou 0,39%, após a alta de 0,27% no mês passado. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou alta de 0,30%, ante avanço de 0,23% no mês anterior.
Ganhos nas bolsas
A Bolsa de Valores de São Paulo encerra o ano de bem com os investidores, depois de romper o patamar dos 44 mil pontos pela primeira vez na história, na última quarta-feira do ano. O Ibovespa encerrou o penúltimo pregão do ano aos 44.526 pontos, com valorização de 2,12%. O intradia também assinalou novo pico histórico, aos 44.470 pontos. O último recorde havia sido no dia 14, aos 43.754 pontos.
O volume financeiro melhorou em relação às sessões anteriores, somando 2,22 bilhões de reais, mas ainda ficou levemente abaixo da média anual de 2,3 bilhões de reais.
Combustíveis
O preço do álcool combustível foi o grande vilão dos preços em 2006 e, nas bombas, atingiu o maior valor dos últimos anos, segundo pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP) divulgada em 28 de abril. O preço médio no país era de R$ 1,986. No estado de São Paulo, maior mercado consumidor do produto, o preço médio era de R$ 2,469, sendo que a máxima chegou a R$ 2,997. O preço só voltou a cair em ma