Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Anistia denuncia maus tratos de imigrantes nos Bálcãs

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Terça, 07 de Julho de 2015 às 08:44, por: CdB
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Relatório diz que polícia maltrata migrantes em fuga de regiões em crise e que atravessam a Sérvia e a Macedônia com destino à União Europeia
  A polícia de países dos Bálcãs trata de maneira abusiva milhares de refugiados, requerentes de asilo e migrantes que atravessam a região para chegar à União Europeia (UE), disse a Anistia Internacional (AI) em relatório divulgado nesta terça-feira. Migrantes em fuga de conflitos na Síria, no Afeganistão e em outras zonas de crise são vítimas de agressão e extorsão durante a viagem através da Macedônia e da Sérvia rumo à Hungria, após cruzarem o mar da Turquia à Grécia, afirma a organização de direitos humanos. - Refugiados que tentam escapar da guerra e da perseguição fazem essa jornada através dos Bálcãs na esperança de encontrar segurança na Europa e, então, são vítimas de abuso e exploração e ficam à mercê de falhos sistemas de asilo - diz Gauri van Gulik, vice-diretor da Anistia Internacional para Europa e Ásia Central. Países europeus vêm lidando com um número crescente de pessoas que cruzam o Mediterrâneo em barcos frágeis e atravessam os Bálcãs para fugir da violência e das dificuldades no Oriente Médio e no Norte da África. Quase 2 mil morreram somente neste ano ao tentarem chegar à Grécia de barco. A rota pelos Bálcãs Ocidentais tornou-se a mais movimentada passagem irregular para a Europa, superando a rota do Mediterrâneo, que continua sendo a mais mortal, diz o relatório. O número de pessoas detidas ao atravessarem a fronteira entre a Sérvia e a Hungria subiu mais de 2.500% desde 2010, disse a AI, para mais de 60 mil. Autoridades nas fronteiras da Macedônia e da Sérvia impedem a passagem dos migrantes e os agridem, e muitos são forçados a pagar suborno, diz o relatório da entidade. No Centro de Recepção para Estrangeiros da Macedônia, centenas, incluindo mulheres grávidas e crianças, são detidos com acesso limitado a saneamento e saúde e sem oportunidade de requerer asilo, denuncia a AI. Ex-detentos relataram que a policia os agrediu, forçou pessoas a dormirem em escadas sem cobertor e que eles não tinham água quente ou comida. A AI entrevistou mais de 100 refugiados e migrantes entre julho de 2014 e março deste ano, na Sérvia, na Hungria e na Macedônia.

Sistema de asilo

O Parlamento da Hungria aprovou na segunda-feira emendas para restringir o sistema de asilo do país, em resposta ao número recorde de imigrantes e refugiados que tentam chegar a seu território ao longo do último ano.

 O plano, bastante criticado pela Organização das Nações Unidas, foi aprovado por congressistas do governista partido Fidesz, por seus aliados Cristãos Democratas e pelo partido Jobbik, de extrema-direita.
As novas regras permitem, por exemplo, que autoridades cancelem pedidos de asilo se os que os requisitam deixarem sua residência designada por mais de 48 horas sem autorização e também que se prolongue a detenção dos candidatos. A ONU diz que as emendas iriam impossibilitar que pessoas fugindo de perseguição conseguissem acesso internacional a proteção na Hungria.Os congressistas também aprovaram uma proposta para facilitar o plano do governo de construir uma cerca de 4 metros de altura na fronteira com a Sérvia, para conter o fluxo de imigrantes e refugiados. O governo disse que pretende começar construir essa cerca temporária dentro de semanas e completá-la em alguns meses. Quase 72 mil imigrantes chegaram à Hungria até agora neste ano, quase todos pela Sérvia, informou Agência Estado.
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