Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que chegou na tarde deste domingo à Bolívia, afirmou que sua viagem tem como objetivo deixar claro o interesse do governo brasileiro em uma cooperação de longo prazo com os bolivianos. Amorim destacou que não negocia pela Petrobrás e que o Brasil busca bons negócios, mas para os dois lados.
Nesta segunda-feira, o ministro tem encontros marcados com o presidente boliviano Evo Morales, e com os ministros das Relações Exteriores, da Previdência, do Governo, do Planejamento, da Defesa, e do Desenvolvimento Rural. A reunião dá continuidade aos acertos ocorridos em Viena, durante a 4ª Cúpula América Latina, Caribe e União Européia.
Naquela ocasião, houve mal-estar entre os dois países por causa de declarações feitas pelo presidente boliviano sobre a Petrobrás. A nacionalização do gás e seus impactos no continente é um dos assuntos da pauta. O chanceler brasileiro também deve tratar da situação dos produtores de soja brasileiros no país, que temem perder suas terras com a reforma agrária anunciada pelo governo boliviano.
- O brasileiro que está lá tem que ter segurança jurídica para continuar investindo, não pode ter surpresas", disse o chanceler. "Vamos negociar sempre respeitando a soberania boliviana. Esse é o caminho - disse.
Segundo a Associação Nacional dos Produtores de Oleaginosas (Anapo), com sede na cidade de Santa Cruz de La Sierra, os brasileiros são responsáveis por 40% da produção boliviana de soja, o que representa 14% do Produto Interno Bruto (PIB) boliviano.