Os estudantes alertam que a medida pode agravar ainda mais a situação dos alunos que já estão sofrendo com cortes nas bolsas de assistência estudantil
Por Redação, com RBA - de São Paulo:
Cerca de 50 estudantes da da Universidade Federal do ABC (UFABC) ocuparam a reitoria do campus de Santo André desde o dia 25 deste mês, contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, em tramitação no Senado, que propõe o congelamento dos investimentos públicos por 20 anos e que deve ir à votação, em primeiro turno, nesta-terça-feira.
Os estudantes alertam que a medida pode agravar ainda mais a situação dos alunos que já estão sofrendo com cortes nas bolsas de assistência estudantil.
– De 2015 para 2016, a gente teve um corte de metade das bolsas socioeconômicas, que são as bolsas que garantem o projeto pedagógico da universidade, que é a inclusão e excelência.
– Com os cortes, vários alunos de outros estados voltaram para casa – elata Isis Mustafá, estudante de ciências e humanidades, em entrevista à repórter Michelle Gomes, para o Seu Jornal, da TVT.
Moradores
Gaúcha, Isis recebe auxílio-moradia de R$ 300 e bolsa-alimentação. Ela ressalta que as bolsas são fundamentais para que alunos de baixa renda vindos de outros Estados tenham condições de permanecer na universidade.
– Tenho uma colega que ficou dois meses dormindo no sofá de um amigo, porque perdeu a bolsa. Ela trancou o curso, no último quadrimestre, e voltou para o interior de São Paulo.
Além disso, os projetos de pesquisa também ficam ameaçados. Luiza Fegadolli. Também do curso de ciências e humanidades, recebe bolsa de R$ 400 por mês para dedicar 20 horas semanais. A um projeto de extensão que pesquisa o consumo consciente. "O meu projeto, em especial, já tinha orçamento previsto até o final desse ano.
Para o ano que vem, a gente vai ter uma diminuição em vários projetos", conta Luiza. No seu grupo de pesquisa, as bolsas serão reduzidas de seis para quatro, no ano que vem. Ressalta a aluna.
Os estudantes também reivindicam a reintegração dos funcionários terceirizados. Eles foram demitidos por fazer uma paralisação ontra o assédio moral e garantia formal de que não haverá mais cortes na assistência estudantil.
Eles pretendem manter a ocupação até que as reivindicações sejam atendidas. "O movimento, acima de tudo. E uma oportunidade para promover os espaços democráticos e a unidade dos estudantes", conclui Luiza.