Rio de Janeiro, 05 de Janeiro de 2025

Alta dos juros nos EUA impacta com força na economia brasileira

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Quarta, 28 de Dezembro de 2016 às 12:03, por: CdB

O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, decidiu no fim de 2016 aumentar a taxa de juros. E informou que prevê mais três aumentos da taxa em 2017

 

Por Redação, com ABr - de Brasília

 

A elevação da taxa básica de juros norte-americana é uma das principais preocupações no cenário econômico mundial para 2017. Mas, principalmente, para a economia brasileira, que experimenta seu momento mais debilitado das últimas décadas.

trump-1.jpgO presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, tem dito que realizará uma série de ações, na economia, que levarão o Fed a aumentar os juros

O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, decidiu no fim de 2016 aumentar a taxa de juros. E informou que prevê mais três aumentos da taxa em 2017. A subida torna mais atrativas as aplicações no mercado norte-americano em relação a outros países, principalmente entre os emergentes, incluindo o Brasil.

A elevação anunciada em meados de dezembro mudou os juros da faixa de 0,25% a 0,5% para 0,5% a 0,75%. A mudança ocorreu depois que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) sinalizou que a economia local registrava inflação e nível de desemprego baixos.

Taxa de juros

— Se aumenta lá, sempre há um desequilíbrio no que diz respeito à distribuição de recursos internacionais. No caso do Brasil, há um volume de recursos aqui por causa da atratividade do preço do dinheiro (taxas elevadas de juros). Mas se a taxa norte-americana sobe, isso criará atratividade lá, já que as poupanças internacionais passam a ser alocadas para os Estados Unidos — explica o economista Paulo Dantas da Costa, ex-presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon).

Com taxas melhores no mercado dos EUA, segundo o especialista, os investidores internacionais mudam suas posições, principalmente quando se trata dos títulos do Tesouro americano, de baixíssimo risco.

— Agora, além da segurança, tem-se a rentabilidade — afirma Costa.

Além da variação da taxa básica de juros, a mudança de comando nos Estados Unidos, com a chegada de Donald Trump à presidência, também deve ter reflexos diretos na economia mundial no próximo ano.

— Tenho visto com certa apreensão a variável Trump — avalia Costa, principalmente por causa de declarações do presidente eleito em defesa de empresas norte-americanas.

Europa e China

Para a Europa, a expectativa para o próximo ano, segundo o economista, é que a região mantenha o desempenho econômico fraco registrado em 2016. No relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado em novembro, o crescimento estimado para o continente em 2017 é de 3,3%, apenas 0,1 ponto percentual acima da avaliação anterior da organização.

— Creio que a Europa não acompanha o resto do mundo no desempenho econômico. Especialmente quando se compara com a economia chinesa e norte-americana — compara Costa.

No caso da China, os indicadores mostram que o crescimento econômico do país deve desacelerar em 2017, com uma política monetária mais restritiva. A projeção de crescimento é de 6,5% ante os 6,7% que devem ser registrados em 2016.

— Chega em um ponto que vai à exaustão porque não existem fatores econômicos que deem sustentação a crescimentos de 6%, 7% ao ano. Mas no caso chinês a gente faz uma ressalva porque é um país que tem um mercado interno de mais de 1,4 bilhão de pessoas. É completamente diferente quando se compara ao mercado brasileiro, com aproximadamente 200 milhões de pessoas — conclui.

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