Pessoas em vários bairros se aventuraram a ir para a rua, onde mais lojas do que o normal abriram as portas, segundo o morador do bairro Al Shaar
Por Redação, com Reuters - de Amã/Gaza:
Uma relativa calma prevalecia nesta quinta-feira na cidade síria de Aleppo, devastada pela guerra, na sequência de um acordo entre Estados Unidos e Rússia para renovar uma cessação de hostilidades que havia desmoronado após quase duas semanas de violência entre rebeldes e forças do governo, em que dezenas de pessoas foram mortas.
A mídia estatal síria disse que o Exército iria obedecer a um "regime de calma" na cidade que entrou em vigor à 1h da manhã (horário local) durante 48 horas. Mas o Exército novamente culpou insurgentes islâmicos de violarem o acordo durante a noite ao realizarem bombardeios indiscriminados contra algumas áreas residenciais controladas pelo governo na cidade dividida.
Um morador contactado na parte leste de Aleppo, controlada pelos rebeldes, disse que, embora caças tenham sobrevoado a área durante a noite, não houve uma repetição dos ataques intensos observados durante mais de 10 dias de intenso bombardeio aéreo.
Pessoas em vários bairros se aventuraram a ir para a rua, onde mais lojas do que o normal abriram as portas, segundo o morador do bairro Al Shaar.
Uma fonte rebelde disse também que, apesar de disparos intermitentes através das principais linhas de frente na cidade, a luta havia diminuído e não foram ouvidos ataques do Exército contra áreas residenciais.
O aumento da violência em Aleppo, que era a maior cidade da Síria antes da guerra civil no país, fez desmoronar o primeiro acordo importante de "cessação das hostilidades" da guerra, patrocinado por Washington e Moscou e que estava em vigor desde fevereiro.
Israelenses e palestinos
A fronteira entre Israel e Gaza viveu cenas de violência na quarta-feira, quando forças israelenses e militantes palestinos trocaram tiros, e aviões de guerra israelenses bombardearam pontos no enclave governado pelo grupo islâmico Hamas.
Não houve relatos imediatos de vítimas nesse raro incidente na região da fronteira que tem permanecido em grande parte tranquila desde a guerra de 2014.
O início da violência coincide com o trabalho dos militares israelenses para descobrir túneis sendo construídos por militantes de Gaza, vias que Israel teme que possam ser usadas para entrar no seu território.
Os palestinos dispararam morteiros contra as forças israelenses operando perto da cerca de fronteira, provocando a resposta dos tanques de Israel e dos aviões que bombardearam áreas abertas no sul e no norte da Faixa de Gaza.
– Os nossos esforços para destruir a rede de túneis de terror do Hamas, uma grave violação da soberania de Israel, não vão parar nem ser impedidos – declarou o coronel Peter Lerner, porta-voz militar.
O braço armado do Hamas, as Brigadas Izz el-Deen Al-Qassam, disse que as ações eram uma violação do cessar-fogo de 2014 e exigiu que Israel retirasse as suas forças “imediatamente”.
– O inimigo não pode criar pretextos e deve deixar Gaza imediatamente. Eles devem lidar com os seus medos e preocupações do lado de lá da linha divisória – afirmou o grupo num comunicado.
Moussa Abu Marzouk, importante autoridade do Hamas no exílio, afirmou que a calma na fronteira estava sendo restaurada depois da intervenção do Egito, que mediou a trégua que interrompeu a guerra de 2014.
– Contatos estavam sendo feitos com os irmãos egípcios, que mediaram o último acordo de cessar-fogo. A resposta deles foi rápida, séria, o que ajudou a restabelecer as coisas como estavam antes –afirmou Abu Marzouk, em mensagem no Facebook.