A abertura da Cúpula Extraordinária das Américas começa nesta segunda-feira às 21:30h (horário de Brasília), com dois parágrafos da declaração final do encontro em aberto. O documento foi redigido pelos delegados dos 34 países participantes, sob orientação dos chefes de estado, antes da chegada deles ao México.
Logo mais o documento será entregue aos presidentes, que farão a assinatura nesta terça-feira ao final do encontro. A Declaração de Nuevo Leon contém 59 parágrafos, porém as cláusulas que dizem respeito à Alca (Área de Livre Comercio das Américas) e a exclusão de países envolvidos em corrupção não foram levadas a contento entre os delegados. Todos os parágrafos da declaração só podem ser fechados caso haja unanimidade.
A embaixadora, Vera Pedrosa, que acompanha a missão brasileira, diz que o Brasil tem o compromisso de não mencionar datas nos acordos para evitar que não sejam cumpridos. Ela destacou que Lula só aceitou que houvesse a realização de uma Cúpula Extraordinária se houvesse um motivo específico "a Cúpula Extraordinária não aconteceria caso um dos 34 países discordasse e o motivo visto pelo presidente Lula foi a discução em torno de questãos sociais. A Alca não estava na agenda do encontro e por isso o presidente Lula entende que não deve ser incluida na declaração", diz a embaixadora.
Até agora, os países ainda discutem a inclusão no documento de uma referência genérica à Alca, sem entrar em temas levantados na Cúpula de Miami, quando a idéia de criação do bloco foi lançada, em 1994.
A Venezuela tem se mostrado contrária a esse ponto. Já o presidente mexicano, Vicente Fox, tem dito ser totalmente favorável à criação do bloco. O Brasil vai propor o combate à corrupção no setor privado, item que foi de longa negociação entre os países. Dessa forma, o Brasil manifesta preocupação com atividades ilegais e fraudulentas que afetam os países em desenvolvimento.
O encontro entre o presidente brasileiro e o americado George W. Bush vai ser à noite, após o encerramento da primeira seção de trabalho da Cúpula das Américas. Os dois presidentes vão se encontrar em meio a um clima de tensão nas relações bi laterais provocadas principalmente pelo episódio recente do fichamento dos cidadãos dos dois países nos aeroportos. Esse deve ser um dos pontos de negociação entre Lula e Bush.