O diretor executivo da organização humanitária Anistia Internacional (AI) denunciou hoje "o arquipélago" formado pelos centros de detenção, muitas vezes secretos, colocado em prática pelos Estados Unidos em sua guerra contra o terrorismo.
"Os Estados Unidos mantêm um arquipélago de prisões no mundo, muitas delas secretas", declarou William Schulz falando ao canal Fox News.
"As pessoas literalmente desaparecem, são detidas por tempo indeterminado em segredo e sem ter acesso a um advogado, a um julgamento ou a suas famílias", acrescentou.
Indagado sobre a expressão "o gulag dos nossos tempos", como a base americana de Guantánamo (Cuba) foi apresentada no mais recente informe da AI, divulgado no final de maio, ele assegurou que esta comparação, que causou fortes reações da administração de George W. Bush, não constituía "uma analogia literal", mas que havia "semelhanças".
A palavra "arquipélago" utilizada por Schulz evoca o Arquipélago Gulag, o livro do célebre dissidente Alexandre Soljenitsyn contra o sistema de campos de concentração soviéticos.