Águas baixam e número de mortes aumenta na Ásia

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado sexta-feira, 30 de julho de 2004 as 09:44, por: CdB

O nível dos rios de Bangladesh, que está com dois terços de seu território debaixo d’água, baixava lentamente nesta sexta-feira, pelo segundo dia consecutivo, mas pelo menos 2 milhões e meio de pessoas em Daca continuavam ilhadas.

O país é o mais atingido do sul da Ásia pelas enchentes resultantes das monções deste ano e que mataram 1.300 pessoas por afogamento, picada de cobra, desabamento de casas e doenças.
“A sujeira e a fetidez estão transformando as nossas vidas em um inferno”, disse Masuma Begum, que está preso em um prédio de apartamentos de Daca, metade da qual continua sob as águas.

As enchentes também provocaram bilhões de dólares em danos a pontes, casas, estradas, linhas de trem, linhas de telefone e ao comércio. Quase cem novas mortes foram registradas desde a noite desta quinta-feira, muitas das quais vítimas de afogamento no leste da Índia e em Bangladesh. A queda do nível dos rios começa a revelar corpos de outras vítimas das chuvas.

Milhões de pessoas estão desabrigadas ou continuam ilhadas em suas casas e no telhado de prédios parcialmente inundados, esperando por comida, água potável e outros itens. Segundo autoridades, a situação em Daca pode piorar se os rios ao redor da cidade não retrocederem mais rapidamente, permitindo que o sistema de esgoto volte a funcionar.

Nas áreas alagadas, doenças disseminadas pelas águas estavam se espalhando. Cinco das 21 mortes registradas durante a noite em Bangladesh deveram-se à diarréia e havia 7.000 casos da doença registrados em todo o país.

Do outro lado da fronteira, no Estado de Assam (Índia), 17 pessoas tinham morrido nas últimas 24 horas, entre as quais 15 por diarréia. No Estado indiano de Bihar, as águas continuavam a retroceder, revelando mais corpos e elevando a cifra de vítimas das enchentes na região para 548. Estima-se que o excesso de chuvas tenha provocado um prejuízo de 6,67 bilhões de dólares, especialmente em danos à infra-estrutura e às colheitas.