A greve nacional da Polícia Federal entrou em seu quarto dia, nesta sexta-feira, sem qualquer sinal de negociação. A afirmação é do presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) e coordenador do movimento grevista, Francisco Garisto. O ministro da Justiça, Márcio Tomaz Bastos, disse, nesta semana, que há um canal de negociação aberto com a Polícia Federal. "O canal está sendo trabalhado e eu acredito que estejamos perto de uma solução".
Francisco Garisto informou que um pedido da Embaixada da Espanha, em decorrência do atentado em Madri, para que os passageiros com destino àquele país tivessem prioridade no atendimento nos aeroportos internacionais brasileiros, foi prontamente atendido pelo comando da greve.
Com a greve, todas as operações de fiscalização nos aeroportos internacionais, portos e fronteiras, além do acompanhamento do Caso Waldomiro Diniz e da Operação Anaconda estão comprometidas. São cerca de sete mil agentes, escrivães e papiloscopistas (especialistas em impressões digitais) de braços cruzados, ou seja, 70% da categoria em todo o país. O último estado a se engajar à paralisação foi Minas Gerais. Os 30% do efetivo exigido pela Lei de Greve estão mantidos nos serviços essenciais.
A greve foi deflagrada porque os agentes, escrivães e papiloscopistas querem um reajuste salarial de 85%, o que equipara seus salários aos de delegados e peritos, categorias de nível superior. Com esse percentual de reajuste, em alguns casos os salários desses profissionais passam dos atuais R$ 4.199,77 para R$ 7.788,31. A Lei 9.266, de 15 de março de 1996, determina que as funções de policiais federais passem de nível médio para nível superior.