A agência de monitoramente de energia nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) disse, nesta segunda-feira, que apenas teria acesso a uma pequena área externa da principal localização nuclear do Iraque, o que fica abaixo das expectativas iniciais do órgão, segundo diplomatas. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deve voltar a Bagdá na próxima sexta-feira para investigar informações sobre saques no Centro de Pesquisa Nuclear de Tuwaitha, o maior centro nuclear do país. Mas os inspetores não terão autorização de entrar na principal instalação. Diplomatas com sede em Viena reclamaram privadamente que a AIEA tem apenas a tarefa de contar os contêineres desaparecidos de material radioativo e não poderá nem medir a contaminação ambiental, nem analisar relatos sobre moradores doentes em uma área próxima. Os EUA apenas concordaram com uma missão da ONU no Iraque depois de repetidos alertas do chefe da AIEA, Mohamed ElBaredei. Ele disse que uma emergência radiológica e humanitária estaria para acontecer, baseado em depoimentos de que residentes da região haviam jogado urânio no chão e levado contêineres radioativos para casa. Há mais de 500 toneladas de urânio natural e 1,8 tonelada de urânio levemente enriquecido armazenados em Tuwaitha, assim como quantidades menores de césio, altamente radioativo, e cobalto. O Césio 137 é um pó altamente radioativo que pode ser ainda mais perigoso se usado em uma "bomba suja". Em 1987, um acidente com pó de césio no Brasil expôs 249 pessoas à radiação e matou quatro. No último sábado, autoridades norte-americanas disseram que estavam recuperando barris roubados de Tuwaitha, onde foi armazenado urânio processado, que estavam sendo usados agora por residentes locais para lavar roupas.
Agência nuclear da ONU terá pouco acesso a instalação no Iraque
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Segunda, 02 de Junho de 2003 às 12:36, por: CdB