Rio de Janeiro, 20 de Janeiro de 2025

África mantém pressão sobre o G8

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Segunda, 04 de Julho de 2005 às 06:21, por: CdB

Protegida por um surto global de boa vontade, a África mantém a pressão sobre o mundo rico nesta segunda-feira e seus líderes preparam um pedido de comércio mais justo e cancelamento de dívidas na luta contra a pobreza.

O encontro dos 53 países da União Africana (UA), na Líbia, que começou nesta segunda-feira, emitirá uma mensagem a ser enviada à cúpula do Grupo dos 8 países ricos na Escócia, nesta semana. O texto tratará do resgate do continente de 800 milhões de pessoas da pobreza, da guerra e das doenças.

- (Queremos) antes de tudo o cancelamento de dívidas - disse o líder da Liga Árabe, Amr Moussa, cuja organização representa quase um quinto dos países membros da UA.

- Em segundo lugar, um grande pacote de investimento e projetos financeiros de desenvolvimento, não somente econômico, mas também social e que lide com a pobreza, a Aids e o fracasso das políticas sociais. 

Mais de 40% dos africanos vivem com menos de 1 dólar por dia, 200 milhões de africanos estão ameaçados por falta grave de alimentos e a Aids mata mais de 2 milhões de pessoas no continente por ano.

Outro objetivo importante é convencer os países ricos do Ocidente de que os governos africanos estão comprometidos com a missão da UA de acabar com o despotismo, a guerra e a corrupção a fim de atrair investimentos estrangeiros.

Como acontece em todos os seus encontros, a cúpula de meio de ano da UA, de 4 a 5 de julho, tratará das guerras como uma grande barreira ao crescimento no continente que teve 186 golpes de estado e 26 grande conflitos nos últimos 50 anos.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, disse à União Africana nesta segunda-feira que os países têm a "responsabilidade de proteger" as pessoas do genocídio, dos crimes de guerra e da limpeza étnica se os próprios governos não o fizerem.

- A mensagem é simples. A mensagem é a de que o G8 deve cancelar as dívidas de todos os países africanos", disse Charles Murigande, ministro do exterior de Ruanda.

- O problema não é dar financiamento. O problema é como podemos melhorar a economia africana - disse o ministro do exterior sudanês, Mustafa Osman Ismail.

Estrelas do rock do mundo inteiro cantaram pela África no sábado para tentar pressionar os líderes do G8. O encontro dos países ricos será presidido pelo primeiro-ministro britânico, Tony Blair, que colocou a África no topo de sua agenda.

O tema de Zimbábue não está previsto para o encontro africano. Mas convidados do encontro, incluindo o presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, disseram que a África precisa juntar-se ao mundo para condenar a repressão do presidente Robert Mugabe a favelas ilegais.

Os líderes africanos também deverão pedir o desmantelamento de barreiras comerciais que evitam o acesso aos mercados de países ricos, dizem analistas. 

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