Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Ações de incorporadora disparam após oferta pública para sair da bolsa

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Segunda, 17 de Fevereiro de 2014 às 12:38, por: CdB
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As construtoras que financiaram a eleição de Gilberto Kassab (foto) receberam mais de R$ 2 bilhões da Prefeitura de São Paulo
As ações da Brookfield disparavam nesta segunda-feira, na maior alta do Ibovespa, após sua controladora ter anunciado uma oferta pública de aquisição de ações para tirar a incorporadora da bolsa. A controladora Brookfield Brasil Participações (BRB) disse na sexta-feira que o preço máximo a ser pago aos minoritários é de até R$ 1,60 por ação, 29% superior ao valor de fechamento do papel da companhia na última sessão. Prevendo que as ações da empresa reagiriam positivamente em razão desta diferença, o analista William Castro Alves, da XP Investimentos, escreveu em relatório que nos últimos três meses o preço médio da ação foi ainda mais baixo, a R$ 1,12. Diante desse patamar, a OPA implicaria um prêmio de cerca de 42%, afirmou Alves. Às 11h46, a ação da Brookfield disparava 18,55%, a R$ 1,47, diante de variação positiva de 0,06% do Ibovespa. A equipe do Citi liderada por Paola Mello lembrou que, desde sua abertura de capital em 2006, a empresa vinha lutando contra baixa rentabilidade, queima de caixa, excesso de custos e aumento da alavancagem. Nos últimos meses, a empresa também apareceu na mídia como uma das envolvidas no esquema de irregularidades no pagamento de Imposto sobre Serviços (ISS) à Prefeitura de São Paulo para liberação do habite-se. Em meio a especulações sobre uma possível saída da bolsa, a controladora da Brookfield havia informado em janeiro que decidiria em até 120 dias por uma OPA ou pela capitalização por meio da emissão de ações. No terceiro trimestre de 2013, a Brookfield teve prejuízo de R$ 53,2 milhões. Atualmente, o papel da companhia é negociado a menos de um terço do seu valor patrimonial. "Acreditamos que a oferta representa uma razoável estratégia de saída em relação aos níveis atuais de preço da ação, que refletem a fraqueza crônica na performance e a deterioração na estrutura de capital da Brookfield", disse o Citi, em nota. O time de analistas do banco estima que a relação entre dívida líquida e patrimônio da Brookfield vá ficar em 97% no fim de 2014 - ante 118,3% no terceiro trimestre de 2013 - com o vencimento de dívidas corporativas de R$ 800 milhões ao longo do ano. "Particularmente pelo risco da arrecadação não ser suficiente para atender a todas as amortizações programadas, o refinanciamento seria um desafio e a estrutura de capital poderia arriscar (a necessidade de) uma injeção de capital", acrescentou o Citi. "Vemos pouco apetite para isso entre os investidores do mercado de ações e suspeitamos que a Brookfield gostaria de evitar a desagradável experiência de expor essa situação ...", completou o banco. Apesar de reconhecer que as ações da companhia devem ser positivamente impactadas no curto prazo, analistas do Espírito Santo Investment Bank observaram, por outro lado, que o preço proposto na OPA é baixo em relação ao valor patrimonial da companhia. "Na nossa opinião, o preço proposto para a OPA é baixo, com um amplo desconto em relação ao último valor patrimonial divulgado ... Acreditamos que acionistas minoritários podem não aprovar esse preço", afirmaram. No fato relevante sobre a oferta pública, a controladora BRB pediu que o Conselho de Administração da Brookfield apresente a lista tríplice de empresas especializadas para elaborar o laudo de avaliação do valor da ação. A operação ainda precisa ser aprovada em assembleia de acionistas.
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