Abbas ordena ataque a militantes após ataque a QG

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Publicado quinta-feira, 31 de março de 2005 as 09:50, por: CdB

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, ordenou nesta quinta-feira uma ação contra os militantes de Ramallah que desafiaram as exigências de deposição de armas, conforme previsto em medidas de paz acertadas com Israel.

Abbas assumiu uma linha mais dura depois que alguns homens armados de sua própria facção, a Fatah, dispararam contra o complexo de governo em Ramallah na noite de quarta-feira, quando ele estava no local, e depois atacaram lojas e restaurantes na cidade da Cisjordânia.

Em outro sinal da falta de lei nos territórios palestinos, uma multidão incendiou no início da manhã barracas usadas como escritórios pela polícia palestina na cidade de Tulkarm, depois que policiais dispararam e feriram três suspeitos.

– O presidente Mahmoud Abbas emitiu uma ordem para impedir quaisquer violações de segurança e danos à propriedade de civis. Unidades de segurança foram enviadas para evitar novos ataques – disse um porta-voz.

Não ficou claro de imediato quais ações estão sendo tomadas e se serão adotadas em outras partes, além de Ramallah.

Abbas, eleito em janeiro para suceder Yasser Arafat, morto em novembro, luta para impor a lei e a ordem e para realizar reformas nas forças de seguranças marcadas pela corrupção.
Ele selou um acordo de cessar-fogo com o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, no mês passado.

Israel entregou duas cidades da Cisjordânia para o controle palestino neste mês, mas depois congelou o processo, dizendo que Abbas não fez o suficiente para desarmar dezenas de militantes de uma lista de procurados, conforme prometera. 

A confusão em Ramallah começou depois de uma reunião entre comandantes de segurança e representantes de 70 procurados das Brigadas de Mártires de Al Aqsa, parte do movimento Fatah, de Abbas. O encontro foi realizado no início da semana com o objetivo de pressioná-los a abandonar as armas.

Alguns militantes, muitos deles ex-membros da força de segurança, rejeitam o desarmamento, alegando que desejam melhores trabalhos e pagamento, além de garantias de segurança, disseram autoridades. Israel prometeu deixar de persegui-los caso abandonem as armas.
Abbas estava no escritório quando o tiroteio começou. Não foram registradas vítimas no incidente.

– Queremos que nossa voz seja ouvida. Queremos nossos direitos e queremos proteção – disse um dos agressores