Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Abbas é eleito presidente da Palestina

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Domingo, 09 de Janeiro de 2005 às 21:36, por: CdB

Mahmud Abbas declarou-se vencedor das eleições presidenciais palestinas, neste domingo, depois que pesquisas de boca-de-urna indicaram que ele havia obtido entre 66% e 69,5% dos votos - e dedicou sua vitória a Yasser Arafat, que ele substituirá.

- Oferecemos esta vitória à alma de meu irmão Yasser Arafat, a nosso povo, a nossos mártires e aos 11 mil prisioneiros palestinos nas prisões israelenses - disse Abbas durante uma jubilante manifestação de seu partido nacionalista Fatah na cidade cisjordaniana de Ramallah.

Tal margem de vitória, se confirmado o resultado da pesquisa, dará a Abbas um claro mandato para renovar as conversações de paz com Israel, conter os militantes e reformar a Autoridade Palestina, contaminada pela corrupção.

Logo após o fechamento das urnas, adiado por duas horas além do horário previsto, a Comissão Central Eleitoral informou que houve 66% de comparecimento dos 1,2 milhão dos eleitores registrados. Era necessário um comparecimento de 50% para que as eleições fossem validadas. Havia o temor de uma baixa participação como resultado do boicote convocado pelo grupo militante islâmico Hamas.

A pesquisa conduzida entre 10 mil eleitores pelo respeitado Centro Palestino para Política e Pesquisa deu a Abbas 66% dos votos. O principal rival de Abbas, o médico Mustafá Barguti, obteve 19,7%. A pesquisa tem uma margem de erro de 3 pontos porcentuais. Uma segunda pesquisa, realizada pela Universidade Najaf na cidade de Nablus, Cisjordânia, com mais de 5 mil eleitores, deu a Abbas 69,5% dos votos e 24,5% a Barguti. Esta pesquisa tem uma margem de erro de 5 pontos. Outra sondagem, da Universidade Bir Zeit em Ramallah, deu a Abbas 70% dos votos.

Os funcionários eleitorais ampliaram por duas horas o horário de votação na Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental pois, segundo eles, alguns eleitores estavam sendo retidos nos postos de controle israelenses nos territórios ocupados desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Israel permitiu que 5 mil palestinos de Jerusalém votassem na cidade, forçando o restante dos 120 mil eleitores registrados a viajar para os subúrbios da Cisjordânia para votar. No principal centro de votação de Jerusalém, vans do governista movimento Fatah transportava eleitores para vilarejos vizinhos à cidade.

- Eu adoraria ter votado em Jerusalém pela liberdade e sem nenhum medo - disse Asma Shiyoukhi, moradora da cidade velha de Jerusalém que teve de ir votar no subúrbio de Za'in.

A votação em Jerusalém Oriental ocorreu em seis postos do correio, onde os eleitores depositaram as cédulas em caixas vermelhas - um procedimento que permitirá a Israel dizer que eles enviaram os votos pelo correio, em vez de exercer a soberania na disputada área.

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