Embora os aumentos acentuados de 2022 devam se moderar, não há sinais de que o custo de viagens de trabalho vai parar de subir, de acordo com um relatório recentemente divulgado pela empresa de viagens CWT e pela Global Business Travel Association.
Por Redação, com Bloomberg - de Nova York, NY-EUA
O custo crescente de viagens a negócios está projetado para aumentar ainda mais este ano e em 2024, à medida que a competição incansável pós-pandemia por assentos de avião, quartos de hotel e carros alugados impulsiona os preços.
Embora os aumentos acentuados de 2022 devam se moderar, não há sinais de que o custo de viagens de trabalho vai parar de subir, de acordo com um relatório recentemente divulgado pela empresa de viagens CWT e pela Global Business Travel Association. Os preços que chocaram os viajantes e desafiaram a maioria das previsões desde o afrouxamento das restrições da covid-19 agora são considerados normais, disse o relatório.
Espera-se que as passagens aéreas típicas da classe premium ultrapassem US$ 4.500 no próximo ano.
— Agora poderíamos estar olhando para o verdadeiro novo custo das viagens — disse o CEO da CWT, Patrick Andersen, à agência norte-americana de notícias Bloomberg.
Passagens
O relatório pinta um quadro misto para empresas em todo o mundo, desde grandes corporações multinacionais até pequenos empreendedores familiares, que dependem de viagens para encontrar clientes, aumentar a receita ou se conectar com funcionários. Por um lado, os aumentos brutais do ano passado acabaram. No entanto, a inflação, as taxas de juros e os turistas gastadores ainda estão elevando o custo das viagens de trabalho.
As tarifas aéreas médias de viagens de negócios em todas as classes — de longe o maior custo nas viagens a trabalho — aumentarão 2,3% neste ano e 1,8% no próximo ano, para US$ 780, segundo o relatório.
Os aumentos de um dígito seguem um salto de 72% em 2022, quando a demanda por viagens explodiu. Aumentos de preços ainda maiores estão previstos para quartos de hotel e aluguel de carros para funcionários em viagem.
Escassez
Depois da pandemia, as companhias aéreas não conseguiram colocar aviões armazenados de volta no ar tão rapidamente quanto gostariam para atender à demanda. Elas também têm enfrentado dificuldades para recrutar tripulação de cabine e pilotos suficientes, e os tempos de espera pelos jatos mais populares da Boeing e da Airbus são de vários anos. Todos esses fatores exacerbam a escassez de capacidade, que continua a elevar as tarifas.
— A demanda está superando o crescimento da capacidade — disse Willie Walsh, diretor geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo, nesta semana.
O tráfego de passageiros atingiu 94% dos níveis pré-Covid, segundo a IATA. A temporada de viagens de verão do hemisfério norte começou em junho com aumentos de dois dígitos na demanda e os aviões estavam tipicamente com mais de 84% de ocupação, disse a associação, que é o principal grupo de lobby da indústria aérea.