A Venezuela planeja assinar nesta semana um contrato de 120 milhões de dólares para comprar dez helicópteros militares da Rússia, que devem começar a patrulhar a região de fronteira com a Colômbia neste ano, disse um parlamentar na segunda-feira.
O acordo, anunciado inicialmente no ano passada, é um entre as várias negociações armamentistas que a Venezuela vem buscando realizar neste ano, fato que tem aumentando as preocupações dos Estados Unidos com relação à segurança da região.
"Os dez helicópteros serão entregues após a assinatura, os primeiros seis em nove meses e os quatro restantes nos três meses seguintes. É um acordo de cerca de 120 bilhões de dólares", disse à Reuters o presidente da Comissão de Defesa do Parlamento venezuelano, Eddy Ríos.
Ríos, que também é vice-presidente da Assembléia Nacional, acrescentou que uma delegação russa deve chegar nesta semana à Venezuela para assinar o acordo.
O país já assinou uma carta de intenções para comprar 44 helicópteros em cinco anos. De acordo com o parlamentar, entre as primeiras 10 aeronaves estão atiradores MI-17 e MI-35 e um helicóptero de transporte MI-26.
O governo pretende também comprar 100 mil rifles automáticos Kalashnikov, de fabricação russa para substituir os defasados rifles FAL atualmente usados pelo Exército venezuelano.
"Sobre os rifles que eles pretendem comprar existe uma carta de intenções, mas até que seja assinado o primeiro acordo para a aquisição dos helicópteros, não haverá nenhum sinal dos rifles", disse Ríos.
O governo venezuelano planeja ainda comprar aviões militares Tucano, fabricados pela Embraer, mas de acordo com Rios, esse acordo ainda está nos estágios iniciais.
"Eles assinaram uma carta de interesses para comprar os aviões Tucano do Brasil", disse o parlamentar. "A Força Aérea tem que nomear uma comissão para estabelecer que tipo de acordo será feito."
O governo dos Estados Unidos, um crítico ferrenho da administração do presidente venezuelano Hugo Chávez, tem se oposto à compra de rifles pelo governo venezuelano, pois teme que a aquisição permita que armas venezuelanas caiam nas mãos de rebeldes da Colômbia, país vizinho da Venezuela. Autoridades norte-americanas têm pedido a transparência nos acordos.
A Venezuela continua sendo uma das principais fornecedoras de petróleo para os EUA, mas Chávez tem endurecido sua retórica contra o país e fortalecido as relações políticas e comerciais com países como Brasil, Irã e Rússia.