No fim de abril, o núncio apostólico do Vaticano na Ucrânia, Visvaldas Kulbokas, já havia dito que seria "muito difícil" organizar uma viagem do papa a Kiev, e o próprio pontífice disse que só faria a visita se isso contribuísse de forma concreta para a paz.
Por Redação, com ANSA - da Cidade do Vaticano
O Vaticano descartou a hipótese de organizar uma viagem do papa Francisco à Ucrânia neste momento.
Durante evento na Universidade Católica de Milão nesta quarta-feira, o secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, disse que o líder da Igreja Católica "não tem intenção" de ir a Kiev agora.
– O arcebispo Paul Richard Gallagher (secretário de Relações com Estados) partiu nesta manhã (para a Ucrânia) e deve retornar domingo. Vamos ver após sua missão o que convém fazer – declarou o "número 2" na hierarquia da Cúria Romana.
No fim de abril, o núncio apostólico do Vaticano na Ucrânia, Visvaldas Kulbokas, já havia dito que seria "muito difícil" organizar uma viagem do papa a Kiev, e o próprio pontífice disse que só faria a visita se isso contribuísse de forma concreta para a paz.
Ucrânia
– De que serviria se o papa fosse a Kiev e a guerra continuasse no dia seguinte? – afirmou Jorge Bergoglio em entrevista ao jornal La Nación, em abril. Poucos dias depois, ao diário italiano Corriere della Sera, Francisco contou que achava melhor primeiro ir a Moscou se reunir com o presidente Vladimir Putin.
– Seria necessário que o líder do Kremlin abrisse alguma janela. Ainda não tivemos resposta e estamos insistindo, ainda que eu tema que Putin não possa ou não queira fazer esse encontro neste momento – afirmou na ocasião.
Enquanto isso, a Igreja Católica enviou o secretário Gallagher para uma missão na Ucrânia. "A visita vai abrir uma nova página para as relações entre a Ucrânia e a Santa Sé", comentou o embaixador ucraniano no Vaticano, Andrii Yurash.
O papa Francisco também tem sofrido com fortes dores em função de uma lesão de ligamentos no joelho direito e passou a usar uma cadeira de rodas para se locomover.
Apesar disso, ele tem agenda cheia para os próximos meses, com visita prevista ao Líbano, em junho, e viagens confirmadas para República Democrática do Congo, Sudão do Sul e Canadá, em julho.