A União Europeia vai aplicar sanções contra "11 pessoas envolvidas com o golpe de Estado e na repressão dos manifestantes" em Myanmar, informou o alto representante europeu para a Política Externa, Josep Borrell, nesta segunda-feira.
Por Redação, com ANSA - de
A União Europeia vai aplicar sanções contra "11 pessoas envolvidas com o golpe de Estado e na repressão dos manifestantes" em Myanmar, informou o alto representante europeu para a Política Externa, Josep Borrell, nesta segunda-feira. Entre os punidos, está o "comandante em chefe" da nação, Min Aung Hlaing, que assumiu o governo após o golpe militar.
Segundo o espanhol, os chefes da Diplomacia dos 27 Estados-membros do bloco deram sua autorização para a aplicação das medidas por violações de direitos humanos no país. "Impor sanções é inevitável, mas serão miradas naqueles que são os responsáveis pelas violações dos direitos humanos. Não queremos punir a população", afirmou o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas.
Conforme um relatório divulgado nesta segunda pela ONG Associação para a Assistência aos Prisioneiros Políticos, já são 250 as pessoas mortas nos atos pró-democracia realizados diariamente em inúmeras cidades desde o dia 1º de fevereiro - quatro delas só no domingo.
Já á agência britânica de notícias BBC informou que seu correspondente em Myanmar, Aung Thura, foi libertado pelos militares após passar dois dias detido por cobrir a manifestação.
Novo regime militar
O pequeno país vive em um novo regime militar desde 1º de fevereiro, quando as Forças Armadas assumiram o poder e prenderam tanto a líder "de facto", Aung San Suu Kyi, como o presidente, Win Mynt.
A justificativa dos militares foi de que houve uma "fraude" nas eleições realizadas em 8 de dezembro, quando o partido de Suu Kyi, o Liga Nacional para a Democracia (NLD), obteve mais de 70% dos votos. No entanto, desde que foram presos, tanto a Nobel da Paz de 1991 como o mandatário foram acusados por crimes que nada tem a ver com o processo eleitoral.
Desde então, manifestantes se reúnem diariamente nas ruas de diversas cidades protestando para a retomada democrática, que é muito recente no país. A eleição de dezembro era apenas a segunda a ser realizada em cerca de 30 anos. Em 2015, no primeiro pleito após o fim do regime militar, também o NLD foi o grande vencedor.