A ação dos extremistas a serviço do capitalismo exacerbado, na opinião do professor de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Francisco Carlos Teixeira da Silva, conta com apoio internacional.
Por Redação, com Sputnik Brasil - do Rio de Janeiro
Com o Prêmio Camões agora restaurado, o poeta e escritor brasileiro Chico Buarque de Hollanda lembrou, em seu discurso à véspera deste 25 de Abril, data comemorativa em Portugal da Revolução do Cravos, que a ultradireita foi derrotada no Brasil, com a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), “mas nem por isso podemos nos distrair”.
A ação dos extremistas a serviço do capitalismo exacerbado, na opinião do professor de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Francisco Carlos Teixeira da Silva, conta com apoio internacional.
Para o catedrático, a trama da extrema direita tem a participação velada de um dos maiores conglomerados mundiais da mídia, o canal norte-americano de TV CNN Brasil. Segundo Teixeira da Silva, a veiculação de imagens do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias (GDias), pela emissora, tem o objetivo de desestabilizar governo Lula, em função de sua posição sobre o conflito na Ucrânia.
Crise na Ucrânia
A publicação das imagens do general Gonçalves Dias, que integra o círculo próximo do presidente Lula, por uma emissora de origem norte-americana, meses após as invasões de 8 de janeiro, suscitou questionamentos.
— Há uma vontade de criar crises dentro do governo Lula em função da questão da Ucrânia — acredita Teixeira Gonçalves.
O especialista lembra que integrantes do próprio GSI vazaram as imagens veiculadas pela CNN Brasil, o que configura "um levante interno contra a diretoria do órgão”.
— A CNN Brasil recebeu recentemente o embaixador da União Europeia no Brasil (…) que fez críticas descabidas para seu cargo às posições do Brasil sobre a Ucrânia e à proposta de criação de grupo de países para negociar a paz — lembrou o especialista.
Mal estar
Segundo ele, pouco depois a emissora entrevistou a embaixadora dos EUA no Brasil, que, no dia seguinte, recebeu condecoração do Comando do Leste do Exército Brasileiro, sediado no Rio de Janeiro.
— Há uma coordenação para criar um mal estar e não podemos descartar que esse episódio da exoneração do Gonçalves Dias seja uma forma de atingir o Lula por causa da questão da Ucrânia — deduz o historiador à agência russa de notícias Sputnik Brasil.
Em Lisboa, nesta manhã, o presidente Lula condenou a “violação da integridade territorial da Ucrânia” pela Rússia, em discurso na Assembleia da República, parlamento português, em linha com o repetido discurso sobre a crise com o governo de Moscou.
— Acreditamos em uma ordem internacional fundada no respeito ao Direito Internacional e na preservação das soberanias nacionais — reafirmou.
Para Lula, na Europa, “políticos demagogos” negam os benefícios conquistados com a paz e a cooperação na União Europeia.
— Quem acredita em soluções militares para os problemas atuais luta contra os ventos da história. Nenhuma solução de qualquer conflito, nacional ou internacional, será duradoura se não for baseada no diálogo e na negociação política — concluiu o presidente.