O primeiro reator de fusão nuclear do mundo ficará na Europa, disseram ministros de países-membros da União Européia na segunda-feira, apesar de ainda não ter sido fechado um acordo com o Japão, parceiro do projeto, que também quer ser a sede do reator.
Os seis parceiros - UE, Japão, China, Estados Unidos, Rússia e Coréia do Sul - estão divididos no apoio ao Japão e à França como sede do Reator Termonuclear Experimental Internacional (Iter).
Numa reunião na segunda-feira, ministros da UE afirmaram que vão fazer todo o possível para cumprir o prazo final, até julho, para um acordo no projeto. Em março, líderes europeus haviam concordado com o início das obras até o fim do ano, em algum lugar da Europa.
Não houve acordo durante a visita do comissário europeu para Pesquisa, Janez Potocnik, ao Japão, mas ele ainda acredita numa resolução.
- Estamos ambos satisfeitos com o fato de as idéias da UE e do Japão estarem convergindo. Não é uma questão de lugar ou não-lugar - disse Potocnik.
- Estou otimista com as negociações finais e com a possibilidade de chegar a um acordo com os seis parceiros.
Os ministros pediram à comissão que intensifique os contatos com os parceiros para conquistar a concordância do máximo possível deles até o prazo final.
Potocnik disse num comunicado conjunto com os ministros que as negociações com o Japão prosseguirão, dando uma "parceria privilegiada" ao gigante asiático.
- Acreditamos precisar de um acordo especial entre nós - disse Potocnik.
Tal parceria "especial" poderia acelerar o uso comercial da fusão nuclear, já que o Japão forneceria os materiais necessários, disse ele, sem dar mais detalhes.
Diplomatas afirmaram que a China e a Rússia eram favoráveis aos seis parceiros, para evitar custos muito altos para cada um, e acrescentaram que o Brasil, a Índia e outros países também estavam interessados em se juntar ao projeto.
A UE disse que o custo total do projeto é de cerca de 10 bilhões de euros, dos quais 4,5 bilhões irão diretamente para a construção do reator.
A esperança é que o reator ajude a fazer da fusão nuclear uma fonte econômica de energia até 2050. Ele pode estar operando em 2016 se as obras começarem ainda este ano, disse a UE.
UE reafirma que reator de fusão nuclear deve ficar na Europa
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Segunda, 18 de Abril de 2005 às 14:15, por: CdB