Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

UE pede libertação imediata de manifestantes presos em Cuba

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Terça, 13 de Julho de 2021 às 08:52, por: CdB

A União Europeia cobrou nesta terça-feira a libertação imediata dos manifestantes presos durante a última onda de protestos contra o governo de Cuba. Milhares de pessoas saíram às ruas no último domingo e realizaram a maior manifestação no país em quase 30 anos.

Por Redação, com ANSA - de Bruxelas

A União Europeia cobrou nesta terça-feira a libertação imediata dos manifestantes presos durante a última onda de protestos contra o governo de Cuba.
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Protesto contra regime cubano em Havana
Milhares de pessoas saíram às ruas no último domingo e realizaram a maior manifestação no país em quase 30 anos. Esse também foi o primeiro grande protesto popular durante a gestão de Miguel Díaz-Canel, que assumiu o comando de Cuba em 2018. – Estamos cientes das notícias de prisões de ativistas políticos e até de jornalistas em Cuba – disse Peter Stano, porta-voz do alto representante da UE para Política Externa, Josep Borrell. – Pedimos às autoridades cubanas que libertem imediatamente as pessoas detidas por suas opiniões políticas e por seu trabalho jornalístico. Seu lugar não é na prisão – acrescentou. Entre os jornalistas presos está a correspondente do jornal espanhol ABC em Cuba, Camila Acosta, acusada de "crimes contra a segurança do Estado". O subsecretário do Ministério das Relações Exteriores da Itália, Benedetto Della Vedova, afirmou que o governo cubano deve "escutar os motivos do protesto" ao invés de "fazer proclamações revolucionárias e enviar chamados às armas". – Junto-me ao apelo do alto representante da UE para que o governo cubano permita manifestações, renuncie a repressões violentas e escute o descontentamento dos manifestantes – acrescentou. Os protestos foram catalisados pela crise econômica e sanitária enfrentada por Cuba por conta da pandemia do novo coronavírus, que abalou o setor de turismo, um dos pilares da economia nacional. O país vem registrando recordes seguidos de casos e mortes por covid-19, embora os números ainda estejam longe daqueles vistos nos países que mais sofreram com a pandemia, foram 6.423 contágios e 42 óbitos na segunda-feira, em uma nação de 11,3 milhões de habitantes. No entanto, a crise sanitária e econômica vem provocando longas filas para obtenção de alimentos, escassez de medicamentos e recorrentes cortes de energia na ilha. Além disso, os protestos também abarcaram a insatisfação com a falta de liberdade no país.

Embargo

O presidente Díaz-Canel adotou um tom de confronto em relação aos manifestantes e convocou os "revolucionários" a saírem às ruas. Além disso, ele alega que a crise econômica é causada pelo embargo dos Estados Unidos, a quem também acusa de orquestrar as manifestações. Os atos populares foram tema de uma reunião do gabinete político do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba (PCC), que teve inclusive a presença do ex-presidente Raúl Castro. "Durante o encontro, foram analisadas as provocações orquestradas por elementos contrarrevolucionários, organizadas e financiadas pelos EUA com fins de desestabilização", afirma o diário oficial Granma. O regime cubano conta com o apoio de governos de esquerda na América Latina e da China, que expressou nesta terça-feira "pleno suporte" na luta contra a covid-19 na ilha. – O embargo dos EUA é a principal causa da falta de medicamentos e de energia – afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, pedindo para Washington "revogar totalmente o bloqueio e desempenhar um papel positivo para que o povo cubano supere a pandemia". Já o presidente da Bolívia, Luis Arce, denunciou "ações para desestabilizar" e "ataques estrangeiros" contra o governo cubano. "Quanto mais o governo de Cuba avança na saúde e na ciência, mais deve enfrentar a desinformação", ressaltou. Além disso, Arce pediu o fim do embargo norte-americano ao país, assim como os presidentes da Argentina, Alberto Fernández, e do México, Andrés Manuel López Obrador.
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