A União Europeia cobrou nesta terça-feira a libertação imediata dos manifestantes presos durante a última onda de protestos contra o governo de Cuba. Milhares de pessoas saíram às ruas no último domingo e realizaram a maior manifestação no país em quase 30 anos.
Por Redação, com ANSA - de Bruxelas
A União Europeia cobrou nesta terça-feira a libertação imediata dos manifestantes presos durante a última onda de protestos contra o governo de Cuba. Milhares de pessoas saíram às ruas no último domingo e realizaram a maior manifestação no país em quase 30 anos. Esse também foi o primeiro grande protesto popular durante a gestão de Miguel Díaz-Canel, que assumiu o comando de Cuba em 2018. – Estamos cientes das notícias de prisões de ativistas políticos e até de jornalistas em Cuba – disse Peter Stano, porta-voz do alto representante da UE para Política Externa, Josep Borrell. – Pedimos às autoridades cubanas que libertem imediatamente as pessoas detidas por suas opiniões políticas e por seu trabalho jornalístico. Seu lugar não é na prisão – acrescentou. Entre os jornalistas presos está a correspondente do jornal espanhol ABC em Cuba, Camila Acosta, acusada de "crimes contra a segurança do Estado". O subsecretário do Ministério das Relações Exteriores da Itália, Benedetto Della Vedova, afirmou que o governo cubano deve "escutar os motivos do protesto" ao invés de "fazer proclamações revolucionárias e enviar chamados às armas". – Junto-me ao apelo do alto representante da UE para que o governo cubano permita manifestações, renuncie a repressões violentas e escute o descontentamento dos manifestantes – acrescentou. Os protestos foram catalisados pela crise econômica e sanitária enfrentada por Cuba por conta da pandemia do novo coronavírus, que abalou o setor de turismo, um dos pilares da economia nacional. O país vem registrando recordes seguidos de casos e mortes por covid-19, embora os números ainda estejam longe daqueles vistos nos países que mais sofreram com a pandemia, foram 6.423 contágios e 42 óbitos na segunda-feira, em uma nação de 11,3 milhões de habitantes. No entanto, a crise sanitária e econômica vem provocando longas filas para obtenção de alimentos, escassez de medicamentos e recorrentes cortes de energia na ilha. Além disso, os protestos também abarcaram a insatisfação com a falta de liberdade no país.