Ucrânia tem dia calmo após intensa batalha contra separatistas
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Quarta, 28 de Maio de 2014 às 07:39, por: CdB
Após a maior batalha contra um levante separatista pró-Rússia no Leste da Ucrânia, um conflito transformado pela vitória eleitoral de um líder pró-Europa que prometeu esmagar a revolta, às ruas de Donetsk ficou calma nesta quarta-feira. Forças do governo mataram dezenas de combatentes rebeldes na segunda e terça-feira em uma ofensiva para reconquistar um aeroporto que tinha sido tomado por forças separatistas na manhã seguinte à eleição de Petro Poroshenko como presidente.
Após a ofensiva do governo, na primeira vez em que Kiev lançou toda sua força militar contra combatentes após semanas de contenção os necrotérios estavam cheios de corpos de combatentes rebeldes. Alguns não tinham membros, em um sinal do forte poder de fogo que foi usado contra eles.
Representantes dos separatistas disseram que cerca de 50 combatentes morreram e diversos ficaram feridos. O governo afirmou que não sofreu baixas na operação, que contou com apoio aéreo e incursão de paraquedistas.
Poroshenko, um magnata do ramo de confecção que se tornou o primeiro ucraniano desde 1991 a vencer uma corrida presidencial no primeiro turno, repetiu sua promessa de restaurar o controle do governo rapidamente em áreas sob domínio de separatistas.
- Estamos em um estado de guerra no Leste. A Crimeia está ocupada pela Rússia e há grande instabilidade. Devemos reagir - disse ele ao jornal da Alemanha Bild. “A operação antiterrorista finalmente começou. Não mais permitiremos que esses terroristas sequestrem e atirem nas pessoas, ocupem prédios e suspendam a lei. Vamos colocar um fim nesses horrores uma guerra real está sendo travada contra nosso país”.
A ofensiva apresentou-se como um desafio ao presidente russo Vladimir Putin, o qual fez da defesa de russos em outras partes da ex-União Soviética um pilar de seu governo desde que declarou o direto de utilizar força militar na Ucrânia, em março.
Moscou exigiu que Kiev pusesse fim à operação militar no leste, mas Putin também anunciou a retirada de dezenas de milhares de soldados que havia concentrado na fronteira. Um representante da Otan disse nesta quarta-feira que milhares de soldados russos haviam de fato recuado, embora outros milhares tenham permanecido no lugar.
Moscou está disposta a trabalhar com Poroshenko, mas não há planos para que ele faça um visita à capital russa para negociar. O governo russo nega acusações de Kiev de que esteja por trás da rebelião.
- Não tenho dúvida de que Putin pode encerrar a luta usando sua influência direta - disse Poroshenko. “Eu definitivamente quero falar com Putin e manter conversas para estabilizar a situação.”
Em Donetsk, cerca de mil mineiros do setor de carvão fizeram uma manifestação nesta quarta-feira em apoio aos separatistas armados pró-Rússia que estão combatendo as forças ucranianas em defesa da chamada "República Popular de Donetsk".
De modo geral, algumas lojas permaneceram fechadas e as ruas estavam mais quietas do que de costume na cidade, mas a calma havia retornado.