Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Ucrânia acusa a Rússia de explodir barragem em Kherson

Arquivado em:
Terça, 06 de Junho de 2023 às 11:21, por: CdB

Destruição da represa em região do sul da Ucrânia sob controle de Moscou gera ameaça de inundações maciças em cerca de 100 povoados. Governo ucraniano alerta para "desastre ecológico".


Por Redação, com DW - de Kiev


A Ucrânia acusou nesta terça-feira as forças russas de terem explodindo uma grande barragem e usina hidrelétrica em Kherson, região do sul da Ucrânia sob controle de Moscou, gerando uma ameaça do que Kiev chamou de "desastre ecológico" devido a possíveis inundações maciças.




barragem.jpeg
Imagem de satélite mostra a barragem de Nova Khakova

Funcionários de ambos os lados da guerra ordenaram que centenas de milhares de residentes se retirem da região. Já as autoridades russas responderam que a barragem de Kakhovka, no rio Dnipro, foi danificada por ataques militares ucranianos.


A companhia hidrelétrica estatal da Ucrânia disse que a usina foi "totalmente destruída" após uma detonação dentro da casa de máquinas. "A estação não pode ser restaurada", afirmou.


O rompimento da barragem pode ter consequências amplas: inundação de povoados rio abaixo; escassez de água rio acima, dreno dos suprimentos de água potável que abastecem o sul, na Crimeia, península que foi anexada pela Rússia.


Outra consequência grave é a redução da quantidade de água disponível para esfriar os reatores de Zaporíjia, a maior usina nuclear da Europa. A Agência Internacional de Energia Atômica da ONU escreveu no Twitter que seus especialistas estavam monitorando de perto a situação na usina, e não havia "nenhum risco imediato de segurança nuclear" na instalação.



Cerca de 100 povoados podem ser inundados


As autoridades ucranianas já alertaram que o rompimento da barragem poderia liberar 18 milhões de metros cúbicos de água e inundar Kherson e dezenas de outras áreas onde centenas de milhares de pessoas vivem.


O Centro Mundial de Dados para Geoinformática e Desenvolvimento Sustentável, uma organização não-governamental ucraniana, estimou que cerca de 100 povoados e cidades seriam inundados. Também considerou que o nível da água começaria a cair somente após entre cinco e sete dias.


Mykhailo Podolyak, conselheiro sênior do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse que "um desastre ecológico global está acontecendo agora" e que "milhares de animais e ecossistemas serão destruídos nas próximas horas."


Vídeos postados exibem o estrago provocado. Um mostra uma longa estrada sendo inundada; em outro, é possível ver um castor correndo para um terreno elevado para fugir das águas.


Zelensky convocou uma reunião de emergência para lidar com a crise, informaram autoridades ucranianas.


O Ministério do Interior ucraniano apelou para que residentes em dez povoados na margem direita do Dnipro e partes da cidade de Kherson rio abaixo recolham seus documentos essenciais e animais de estimação, desliguem eletrodomésticos e saiam.



"Ato terrorista"


O prefeito instalado pela Rússia na cidade ocupada de Nova Kakhovka, inicialmente negou os relatos da mídia social de que a barragem havia explodido, mas depois disse que a construção havia sido bombardeada em "um grave ato terrorista".


A Ucrânia controla cinco das seis barragens ao longo do Dnipro, que vai desde a sua fronteira norte com Belarus até o Mar Negro e é crucial para o abastecimento de água potável e energia elétrica de todo o país.


Imagens do que parecia ser uma câmera de monitoramento com vista para a barragem que circulam nas redes sociais supostamente mostram uma explosão e o rompimento da barragem.


Oleksandr Prokudin, chefe da Administração Regional Militar de Kherson, disse em um vídeo postado no Telegram pouco antes das 7h (horário local) que "o exército russo cometeu mais um ato de terror", e alertou que a água atingirá "níveis críticos" dentro de cinco horas.



Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo