O salto no tamanho das turbinas eólicas em alto-mar, cujas pás podem chegar a alturas superiores às do Rockefeller Center em Nova York e fornecer eletricidade para milhões de residências, reflete a feroz corrida por escala ao longo da última década ou mais.
Por Redação, com FT - de Nova York, NY-EUA
As 169 turbinas eólicas que giram ao largo da costa de Yorkshire, na Grã-Bretanha, são uma façanha da engenharia: cada modelo de 8 megawatts construído pela empresa dinamarquesa Ørsted pode alimentar uma casa durante 24 horas com uma única rotação de suas pás de 81 metros.
Dezenas de quilômetros ao norte, a desenvolvedora rival de parques eólicos SSE já está aumentando a aposta com suas mais novas turbinas, onde um único giro da pá de 107 metros pode abastecer uma casa durante dois dias.
O salto no tamanho das turbinas eólicas em alto-mar, cujas pás podem chegar a alturas superiores às do Rockefeller Center em Nova York e fornecer eletricidade para milhões de residências, reflete a feroz corrida por escala ao longo da última década ou mais.
Risco técnico
O rápido ritmo de evolução estimulado pelos desenvolvedores de parques eólicos e pelos fabricantes de turbinas ajudou a reduzir os custos e provou que a indústria pode desempenhar um papel importante na descarbonização do sistema energético. Mas os críticos temem que a corrida esteja começando a fazer mais mal do que bem, à medida que as cadeias de abastecimento se esforçam para recuperar o atraso e surgem questões sobre o risco técnico e a rentabilidade para os fabricantes de turbinas.
— A aceleração dos ciclos de desenvolvimento de novos modelos de turbinas eólicas nos últimos anos não tem ajudado. É preciso desacelerar — aconselha Christoph Zipf, porta-voz do grupo comercial WindEurope.
Muitos executivos da indústria querem o fim da era de crescimento das turbinas, com um período de padronização dos modelos sendo considerado a melhor maneira de ajudar os desenvolvedores a atingir as metas de crescimento rápido.
Reduzir custos
Embora um limite do tamanho da turbina também tenha sido discutido seriamente na indústria, muitos desenvolvedores ainda acham difícil resistir à atração das maiores eficiências apregoadas. Os produtores de turbinas também enfrentam concorrência contínua por máquinas maiores, especialmente de rivais chineses.
Desde os primeiros modelos da década de 1990, de menos de 1 megawatt, hoje são desenvolvidas turbinas com capacidade de 18MW ou mais, com pás mais longas do que campos de futebol, sustentadas por mastros que se elevam mais de 100 metros acima da superfície da água.
Obter mais eletricidade de cada turbina “ajudou a reduzir os custos da energia eólica em 60% na década até 2021”, resume a Agência Internacional de Energia Renovável.