Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Tucanos se engalfinham no ninho em chamas do PSDB paulista

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Terça, 09 de Outubro de 2018 às 12:08, por: CdB

A decisão do diretório municipal, de expulsar Goldman e Saulo, ocorre após denúncia de que ambos teriam apoiado adversários de João Doria.

 
Por Redação - de São Paulo
  O resultado das urnas foi tóxico para os tucanos. Diante do desempenho de Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência da República com um dos piores resultados na história da legenda, um incêndio político termina o desmonte do ninho tucano, desde a noite passada, quando a executiva nacional do PSDB desautorizou o diretório municipal do partido, em São Paulo, a expulsar dos seus quadros o ex-governador Alberto Goldman e o secretário de Governo de São Paulo, Saulo de Castro Abreu.
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Alckmin disse que se manterá neutro na disputa do segundo turno para a Presidência da República
Ambos são membros, respectivamente, dos diretórios nacional e estadual do partido. Portanto, "a decisão é arbitrária e inócua", diz nota do PSDB nacional. A decisão do diretório municipal, de expulsar Goldman e Saulo, ocorre após denúncia de que ambos teriam apoiado adversários de João Doria na disputa pelo governo do Estado. Goldman usou um adesivo de Paulo Skaf (MDB) no debate do primeiro turno da TV Globo, enquanto Saulo foi expulso por ter levado no domingo o governador Márcio França (PSB) a uma reunião com Geraldo Alckmin, presidente nacional do partido. Doria mantém o controle sobre o diretório municipal do partido e já declarou apoio ao candidato neofascista, Jair Bolsonaro (PSL), sem nenhuma consulta aos pares.

Márcio França

Expulso por suposta infidelidade do PSDB paulistano comandado por um aliado de João Doria, o secretário estadual Saulo de Castro afirmou a jornalistas, nesta manhã, “o seu partido não é o dos oportunistas, dos mentirosos, dos que não têm palavra”. Aliado de Alckmin, Castro seguiu no governo após a posse de Márcio França (PSB). Trata-se, agora, do adversário de Doria no segundo turno da eleição em São Paulo. A expulsão integra a ofensiva de Doria para tomar o controle do partido depois da derrota de Geraldo Alckmin na eleição presidencial. Em nota, Castro cita, indiretamente, a tentativas de Doria de substituir Alckmin, seu padrinho político, na disputa presidencial e, na campanha, ter flertado com o adversário Jair Bolsonaro (PSL). Goldman, no dia seguinte à eleição, também foi direto: — Não tem nenhum panaca nesse partido que tenha condição moral de pedir a minha expulsão.

Tucano emplumado

Diante da crise no ninho, o comando nacional dos tucanos reuniu-se, nesta terça-feira. O tema de fundo da reunião era o debate sobre a posição do partido no segundo turno da eleição presidencial. O assunto, porém, foi atropelado pela realidade. À revelia do comando nacional, aumenta o número de movimentos rebeldes nos Estados. Alguns tucanos já começam a manifestar apoio ao candidato neofascista, enquanto outros, mais antigos, defendem o voto em Fernando  Haddad (PT). Estes, principalmente, criticaram a decisão de Haddad de visitar, na véspera, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na cela onde se encontra preso, em Curitiba.

Neutralidade

Um tucano emplumado disse, em condição de anonimato, à reportagem do Correio do Brasil, que o gesto de Haddad seria negativo para uma possível aproximação entre petistas e a parcela mais moderada do PSDB. Diante dos fatos, a legenda tende a liberar seus dirigentes a seguir o caminho que melhor lhe aprouver. — É isso ou o esfacelamento imediato — acrescentou. O candidato derrotado Geraldo Alckmin segue nessa linha. Ele tem dito a interlocutores que a tendência é de permanecer neutro na disputa. Enquanto Alckmin conversava com seus pares, o prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira, anunciou seu apoio a Bolsonaro. — Jamais poderia apoiar o PT. No segundo turno, a gente rejeita o PT. Voto em Bolsonaro para presidente da República — afirmou Nogueira.
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