O ataque com drone, ocorrido no início deste mês, teve como alvo um cais na costa da Venezuela, local que os EUA dizem ter sido utilizado pela gangue venezuelana denominada ‘Tren de Aragua’ para armazenar drogas.
Por Redação, com CNN – de Washington
A Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) dos EUA realizou ataque com drones a uma área portuária da Venezuela onde, segundo o presidente norte-americano, Donald Trump, drogas eram carregadas em embarcações. Novas ações em solo venezuelano, disse Trump a jornalistas, nesta terça-feira, não estão descartadas.
O ataque com drone, ocorrido no início deste mês, teve como alvo um cais na costa da Venezuela, local que os EUA dizem ter sido utilizado pela gangue venezuelana denominada ‘Tren de Aragua’ para armazenar drogas e transferi-las para barcos de transporte. Segundo o canal norte-americano de TV CNN, citando fontes, não havia pessoas no local no momento da explosão.
No início da noite passada, Trump falou do ataque, mas não mencionou a CIA. Uma vez confirmada, a ação se tornaria a primeira investida do governo norte-americano em solo venezuelano desde o início da tensão entre os dois países, em agosto, em meio a uma ofensiva militar dos EUA nas águas do Caribe.
Drogas
Trump fez as declarações ao receber o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em sua residência em Mar-a-Lago, na Flórida.
— Houve uma grande explosão na área de docas onde eles carregam os barcos com drogas. Eles carregam os barcos com drogas. Atingimos todos os barcos e agora atingimos a área — disse Trump, sem fornecer mais detalhes.
Autoridades norte-americanas procuradas pela mídia recusaram-se a especificar detalhes sobre o local que o presidente disse ter sido atingido, como sua localização, de que forma o ataque foi realizado ou qual papel a suposta instalação desempenhava no tráfico de drogas. Não houve relato público de ataque por parte do regime venezuelano nem de outras autoridades da região.
Escalada
O ataque ocorre em um contexto de ampliação significativa da presença militar dos EUA no Caribe. Nos últimos meses, Washington promoveu ações que resultaram na destruição de mais de 30 embarcações no Mar do Caribe e no leste do Oceano Pacífico, além de ordenar o bloqueio de petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela.
Até então, as ações conhecidas dos EUA contra alvos venezuelanos se limitavam a operações em águas internacionais. O ataque conduzido pela CIA marca, portanto, uma mudança relevante nessa estratégia.
Autoridades norte-americanas têm afirmado que a campanha persegue uma lógica semelhante à adotada durante a chamada guerra global contra o terror. O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, fez uma comparação direta entre traficantes e grupos extremistas.
— Esses narcoterroristas são a Al-Qaeda do nosso hemisfério — resumiu Hegseth.
