Pesquisa realizada em todo o país mostra, em números, os efeitos da alimentação baseada em frituras e no fast food, do sedentarismo e do estresse nos brasileiros: Um quinto da população tem taxa de colesterol elevada. O problema atinge cerca de 39 milhões de pessoas.
O levantamento foi feito pela SBC/Funcor (Sociedade Brasileira de Cardiologia) em 74 municípios. O índice verificado (21,6%) é próximo da taxa de colesterol alto dos norte-americanos (25%).
O dado é avaliado como preocupante pelos médicos, pois o colesterol alto (acima de 200 mg/dl) é uma das principais causas de problemas cardiovasculares, como infarto e derrame cerebral.
O levantamento, considerado o mais amplo sobre o assunto feito em abrangência nacional, mediu o colesterol de 1.239 pessoas.
Entre os jovens até os 24 anos, o índice foi de 8%, o que é elevado para a idade, segundo os médicos.
- A situação tende a piorar com o envelhecimento desses jovens - afirmou o cardiologista da SBC Fernando Costa.
A região que tem menos jovens saudáveis é a Norte/Centro-Oeste - foram acopladas no mesmo grupo de pesquisa - onde 15% dos avaliados tinham colesterol alto.
A pesquisa constatou ainda que a faixa etária acima dos 54 anos é a mais atingida, com um índice de 32,3%. A taxa verificada entre as pessoas de 45 a 54 anos, 28,8%, também foi considerada elevada.
Na análise nacional, não foram constatadas diferenças entre homens e mulheres. Porém, nas regiões Sul e Norte/Centro-Oeste a taxa difere de acordo com o sexo.
Na primeira, os homens sofrem mais do problema (26,4%), enquanto as mulheres apresentam um índice mais baixo: 22,2%. Na região Norte/Centro-Oeste a situação se inverte: as mulheres lideram o número de registros de colesterol elevado com 21,4%, contra 18,4% dos homens.
A região Sul também apresentou a taxa mais alta de colesterol acima do normal na população em geral. Dos avaliados no local, 24,3% estão acima do ideal.
- Isso pode ser explicado pela composição alimentar: muito churrasco com carne vermelha e gorda - disse o cardiologista Raimundo Marques Nascimento Neto, diretor-executivo da SBC/Funcor.
Para ele, os dados da pesquisa mostram que é importante investir em prevenção e conscientização da população, inclusive na rede pública de saúde.
Segundo o médico, o controle do colesterol reduz em até 60% o risco de morte por derrame e em até 40% a decorrente de infarto.
As pessoas que participaram da pesquisa receberão os resultados e, caso tenham colesterol elevado, serão encaminhadas para um serviço de saúde.
A pesquisa foi patrocinada pelo laboratório AstraZeneca e feita com metodologia do Instituto Vox Populi.