Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Trégua é prorrogada em meio à crescente tensão na Cisjordânia

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Quinta, 30 de Novembro de 2023 às 10:55, por: CdB

Em Jerusalém, ataque a tiros deixa três mortos em ponto de ônibus. Paralelamente, Hamas e Israel prorrogam pausa no conflito por mais um dia. Uma jovem de 24 anos, um homem de 73 anos e uma mulher de cerca de 60 anos foram mortos no ataque.


Por Redação, com DW - de Gaza


Enquanto Israel e o grupo radical islâmico Hamas anunciaram uma nova prorrogação da trégua no conflito da Faixa de Gaza, um ataque a tiros em Jerusalém nesta quinta-feira aumentou ainda mais a tensão na Cisjordânia, onde dois menores de 8 e 15 anos foram mortos na quarta.




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Israel culpa Hamas pelo ataque em Jerusalém

Dois homens armados atiraram contra pessoas que estavam em um ponto de ônibus de Jerusalém, matando ao menos três pessoas e ferindo outras seis, três delas em estado grave, informaram os serviços de emergência israelenses. Uma jovem de 24 anos, um homem de 73 anos e uma mulher de cerca de 60 anos foram mortos no ataque.


De acordo com as autoridades de Israel, os agressores eram "dois residentes de Jerusalém Oriental”, região ocupada por Israel, que foram mortos por soldados israelenses e um civil armado. Os perpetradores chegaram ao local em um carro, armados com um rifle de assalto M16 e uma pistola, disse o chefe da polícia de Jerusalém, Doron Torgeman. 


No ano passado, o mesmo ponto de ônibus foi alvo de um ataque a bomba, que matou um adolescente de 16 anos e feriu outras 11 pessoas. Na época, um residente de Jerusalém Oriental ligado ao Estado Islâmico (EI) foi preso.



Israel atribui ataque ao Hamas


A agência de segurança israelense Shin Beit disse que os dois autores dos disparos eram membros do Hamas e já tinham sido condenados por acusações de terrorismo. Eles foram identificados como os irmãos Murad Namr, de 38 anos, e Ibrahim Namr, de 30 anos. A polícia confirmou que os dois morreram no local depois de serem "neutralizados".


Murad ficou preso entre 2010 e 2020 por "planejar ataques sob a orientação de elementos terroristas na Faixa de Gaza", segundo o Shin Bet, enquanto Ibrahim foi preso em 2014 por "atividade terrorista não revelada".


Horas após o ataque, o Hamas assumiu a autoria do atentando e alegou que a ação "foi uma resposta natural a crimes sem precedentes que vêm sendo conduzidos pela ocupação", fazendo referência à ofensiva de Israel em Gaza.



Trégua prolongada


Minutos antes do ataque em Jerusalém, Israel havia anunciado uma nova prorrogação na trégua dos combates em Gaza, sem dar detalhes. Logo depois, o Hamas disse que o cessar-fogo havia sido estendido para "um sétimo dia", ou seja, esta quinta-feira, o que mais tarde foi confirmado pelo Qatar, que atua na mediação ao lado de Egito e Estados Unidos.


No acordo inicial, uma cláusula tornava possível a extensão da trégua por até dez dias se o Hamas mantivesse a promessa de liberar reféns diariamente.


Israel declarou guerra ao Hamas após um ataque do grupo fundamentalista islâmico em 7 de outubro que envolveu o disparo de mais de 4 mil foguetes e a infiltração de cerca de 3 mil combatentes que mataram cerca de 1,2 mil pessoas e sequestraram mais de 240 em comunidades próximas da Faixa de Gaza, de acordo com números do governo israelense.


Durante os seis dias de cessar-fogo, o Hamas libertou 73 reféns israelenses, além de 22 tailandeses e dois filipinos. Segundo as Forças de Defesa de Israel, 159 pessoas ainda são mantidas em cativeiro em Gaza, entre soldados e civis.


Em contrapartida, Israel soltou 210 presos palestinos, a grande maioria mulheres e menores de idade.


A trégua também possibilita a chega de ajuda humanitária à Gaza. De acordo com a ONU ao menos 70% da população do enclave palestino teve que se deslocar de suas casas devido ao conflito, a maioria para o sul. 


Dois menores mortos na Cisjordânia


Desde o início do conflito atual na Faixa de Gaza entre o Hamas e Israel, houve uma escalada de violência na Cisjordânia, onde, desde 7 de outubro, mais de 230 palestinos foram mortos por colonos e soldados israelenses, segundo o Ministério da Saúde da Autoridade Nacional Palestina (ANP). 


Nesta quarta-feira, tropas do exército de Israel mataram dois menores, de 8 e 15 anos, na cidade de Jenin, informou a pasta.  A agência de notícias oficial palestina Wafa disse que elas foram mortas durante uma operação militar para forçar a evacuação de um bairro e realizar "uma campanha massiva de detenções".


De acordo com a Wafa, os soldados israelenses causaram destruição nas ruas da cidade, demoliram infraestrutura civil, incluindo parte da rede elétrica e hidráulica, e bombardearam uma casa com um drone.


Um comunicado conjunto do Exército, da Polícia e da Inteligência de Israel informou que estas três forças realizaram um ataque ao campo de refugiados de Jenin, no qual mataram dois "terroristas de alta patente", identificados como Mohamed Zabeidi e Husam Hanon. A nota descreve Zabeidi como "um dos principais terroristas no campo de refugiados", e também informa a prisão de outras 17 "pessoas procuradas". Segundo o comunicado, "os terroristas" lançaram explosivos contra as forças, que revidaram.


No entanto, o exército israelense não faz qualquer menção às duas crianças mortas pelos tiros, segundo o Ministério da Saúde da ANP. As mortes desta quarta-feira se seguem às de outros dois menores de idade no dia anterior, de 14 e 17 anos, e de um jovem de 26 anos, devido a tiros disparados pelo Exército israelense durante confrontos em duas cidades da Cisjordânia.


Mais de 3.260 palestinos foram detidos em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia por Israel desde o ataque do Hamas em 7 de outubro, segundo dados da ONG Addameer. Entre eles, estão 120 mulheres e mais de 200 menores.




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