Terrorista foi desarmado dentro do trem Thalys

Por Rui Martins, de Genebra:  Como se tornaram difíceis os ataques terroristas nos aviões, o que mais se temia aconteceu: um terrorista islamita decidiu atacar os passageiros de um trem expresso Thalys vindo da Holanda em direção a Paris. Graças à rápida intervenção de três americanos se evitou um massacre no trajeto do trem Thalys de Amsterdã-Bruxelas a Paris. Um terrorista marroquino, de 26 anos, Ayoub El Kazzani, armado de Kalachnikov, revólveres e navalha,  começava a disparar contra passageiros, quando foi derrubado e amarrado por militares americanos, no início de uma viagem de férias com um amigo estudante.

O presidente Obama assim como o presidente francês Hollande destacaram a bravura dos jovens que, com o risco de serem abatidos, neutralizaram o terrorista e evitaram um massacre de passageiros. O terrorista que tomou o trem em Bruxelas, tinha apenas armas e munições nas suas bagagens, o suficiente para matar uma centena de pessoas. Essa foi a primeira vez, na Europa, que a pronta reação contra o terrorista evitou a consumação de um atentado. Desarmado e lançado ao chão (enquanto o trem prosseguia sua rota), o terrorista teve as mãos amarradas nas costas. Alertado pelos passageiros o maquinista desviou o trem para a estação de Arras, onde a polícia interveio e levou o jovem marroquino para o serviço de contra-terrorismo em Paris. Sabe-se que se trata de alguém já fichado como perigoso na Espanha, onde vivia. No mês de maio, passou pela França e tomou um avião em Berlim, para a Turquia, de onde deve ter ido se encontrar com participantes do Estado Islamico, a fim de receber treinamento e instruções. Existem alguns milhares de jovens islamitas, favoráveis à jihad ou guerra contra os infiéis, lutando atualmente na Síria e no Iraque. O retorno desses jovens é o pesadelo das autoridades européias. Um dos militares americanos que lutaram contra o terrorista foi ferido por kuter (tipo de navalha) no pescoço e teve o dedo polegar quase seccionado. O ator francês Jean-Hugues Anglade, que estava entre os passageiros destinados ao massacre, acionou o alarme do trem e comentou “se não fossem esses heróis já estaríamos todos mortos!” Os heróis e corajosos norte-americanos são Anthony Sadler, estudante da California, Alex Skarlatos e Spencer Stone, militares em férias, um deles regressando justamente do Afganistão. Por Rui Martins, correspondente em Genebra.