Situada no Mar Mediterrâneo Central, perto do litoral da África, a ilha é a principal porta de entrada para imigrantes forçados e refugiados na UE e já recebeu dezenas de milhares de pessoas em 2023.
Por Redação, com ANSA - de Roma
O tunisiano Abdessalem Lassoued, autor de um ataque terrorista que deixou dois cidadãos suecos mortos em Bruxelas, capital da Bélgica, entrou na União Europeia através da ilha italiana de Lampedusa em 2011, a bordo de um barco clandestino.
Situada no Mar Mediterrâneo Central, perto do litoral da África, a ilha é a principal porta de entrada para imigrantes forçados e refugiados na UE e já recebeu dezenas de milhares de pessoas em 2023.
Segundo apuração da agência italiana de notícias ANSA, Lassoued viveu um tempo em solo italiano e depois foi para a Suécia, de onde teria sido expulso.
Após voltar à Itália, o tunisiano foi identificado como "radicalizado" em 2016, em Bolonha, pela Divisão de Investigações Gerais e Operações Especiais (Digos) da Polícia de Estado.
Lassoued teria manifestado a vontade de aderir à "jihad", a guerra santa dos muçulmanos, e era monitorado pelos serviços de inteligência italianos. Em seguida, se mudou para a Bélgica.
Não se exclui a hipótese de que o tunisiano tenha atacado cidadãos suecos para expressar descontentamento contra o país do qual havia sido expulso ou devido às recentes queimas do Corão, o livro sagrado do Islã.
Bruxelas
O atentado ocorreu no momento em que Bruxelas recebia uma partida pelas Eliminatórias da Eurocopa entre Bélgica e Suécia, duelo que foi suspenso por conta do ataque.
Lassoued também era conhecido das forças de segurança belgas pelo risco de radicalização e teve um pedido de refúgio negado no país. "Eu me vinguei pelos muçulmanos", disse o tunisiano em uma gravação divulgada na internet após o atentado.
Após uma noite inteira de caça, o terrorista morreu em um confronto com a polícia em Schaerbeek, nos arredores de Bruxelas. A prefeita do município, Cécile Jodogne, contou nesta terça-feira que Lassoued chegou a ser expulso da mesquita que ele frequentava devido a "comentários radicais".
Segundo o ministro da Justiça da Bélgica, Vincent Van Quickenborne, tudo indica que o tunisiano era um "lobo solitário", mas a Itália está investigando a rede de relacionamentos do terrorista no país.