Na véspera, agentes da Polícia Civil deflagraram uma operação em dois endereços comerciais e dois residenciais para buscar Eduardo Fauzi, mas ele não foi encontrado e é considerado foragido da Justiça.
Por Redação - do Rio de Janeiro
O homem identificado pela polícia brasileira como Eduardo Fauzi Richard Cerquise, um dos suspeitos do ataque contra a sede da produtora do grupo humorístico brasileiro Porta dos Fundos, permanece em liberdade. Ele foi expulso, nesta quarta-feira, da Frente Integralista Brasileira (FIB), uma organização de extrema-direita.
“Após a eficiente apuração da polícia civil do Rio de Janeiro, fomos surpreendidos com a revelação que o senhor Eduardo Fauzi foi apontado como uns dos autores do ataque criminoso a um prédio no Rio de Janeiro”, dizem os neofascistas, em comunicado divulgado na sua página na internet.
Ainda segundo os radicais de ultradireita, “o Conselho Diretivo Nacional da FIB, em reunião extraordinária, decidiu em caráter irrevogável expulsá-lo das fileiras da FIB” e pede aos membros “que tiverem informações que possam ajudar na elucidação do caso que cooperem com as autoridades policiais”.
Religião
Na véspera, agentes da Polícia Civil deflagraram uma operação em dois endereços comerciais e dois residenciais para buscar Eduardo Fauzi, mas ele não foi encontrado e é considerado foragido da Justiça. A Polícia apreendeu R$ 119 mil, munição e uma arma falsa na casa do suspeito, situada na Barra da Tijuca.
Segundo o delegado Marco Aurélio de Paula Ribeiro, Cerquise tem um perfil "violento" e é um "empresário de classe média alta”.
— Ele tem livros ligados à religião cristã e ao islamismo — disse Ribeiro.
O suspeito já tem passagens pela Polícia por ameaça e agressão e foi identificado graças a câmeras de segurança que flagraram a fuga do grupo responsável pelo ataque. Cerquise aparece na lista de filiados ao PSL, ex-partido de Bolsonaro, disponível no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Homicídio
Ele entrou para a legenda de extrema direita em 3 de outubro de 2001 e já havia ganhado notoriedade em 2013, quando agrediu o então secretário de Ordem Pública do Rio, Alex Costa, durante uma entrevista ao vivo sobre uma ação contra estacionamentos irregulares.
O ataque ocorreu na véspera de Natal, quando indivíduos lançaram bombas caseiras contra a produtora do Porta dos Fundos. O canal é alvo de críticas por causa de um especial natalino que apresenta Jesus Cristo como homossexual.
A Polícia Civil do Rio trata o caso como tentativa de homicídio, e não como terrorismo.