Cerca de 400 mil pessoas já foram transferidas para abrigos em todo o país com a aproximação de Bualoi, informou Bernardo Alejandro, chefe da defesa civil, em coletiva de imprensa.
Por Redação, com RFI – de Manila
As autoridades das Filipinas retiraram cerca de 400 mil pessoas de áreas de risco e confirmaram três mortes nesta sexta-feira, após a passagem da violenta tempestade Bualoi pelo arquipélago, ainda abalado pelo supertufão Ragasa, que deixou 14 mortos.

Durante a noite desta sexta-feira, os ventos destruíram “a porta, as janelas e o teto da igreja” onde moradores haviam buscado abrigo, segundo Jerome Martinez, engenheiro municipal da província de Masbate, ao sul da ilha de Luzon.
– Foi um dos ventos mais fortes que já experimentei – relatou, acrescentando que algumas crianças sofreram ferimentos leves. “Creio que mais pessoas precisarão ser levadas para locais seguros, pois muitas casas foram destruídas e telhados arrancados. Eles agora bloqueiam ruas e estradas”, afirmou.
Cerca de 400 mil pessoas já foram transferidas para abrigos em todo o país com a aproximação de Bualoi, informou Bernardo Alejandro, chefe da defesa civil, em coletiva de imprensa.
Claudio Yugot, responsável pela defesa civil na região de Bicol (sul de Luzon), disse que três pessoas morreram após o colapso de muros e queda de árvores durante a tempestade.
O arquipélago ainda se recupera do supertufão Ragasa, que atingiu o norte do país no início da semana. Nesta sexta-feira, as autoridades elevaram o número de mortos para 14. Ragasa também causou 14 mortes em Taiwan.
– Estamos removendo árvores e postes elétricos caídos, pois muitas estradas estão intransitáveis – disse Frandell Anthony Abellera, socorrista da cidade de Masbate. “A chuva foi intensa, mas o vento foi ainda mais forte”, relatou.
O serviço meteorológico filipino informou que a tempestade tropical Bualoi pode se transformar em tufão ao retornar ao Mar da China Meridional na manhã de sábado.
Pescadores desaparecidos
Vídeos compartilhados nas redes sociais e verificados pela agência francesa de notícias Agence France-Presse (AFP) mostraram pessoas usando barcos ou caminhando em águas até a cintura para se locomover pelas ruas inundadas nas ilhas Visayas, no centro das Filipinas.
Cinco pescadores estão desaparecidos nas Visayas após terem saído ao mar na terça-feira, segundo o comandante da guarda costeira Kean Gaco, explicando que as ondas fortes impedem buscas imediatas.
– Espera-se que as chuvas intensas continuem nas próximas horas – destacou Benison J. Estareja, meteorologista do governo. No oeste, o governador da província de Mindoro Oriental, Humerlito Dolor, relatou que “todo o telhado” do complexo esportivo local foi arrancado pelos ventos de Bualoi.
Essas tempestades ocorrem em meio ao crescente descontentamento da população filipina diante de um escândalo de corrupção envolvendo projetos falsos de infraestrutura contra enchentes, que teriam custado bilhões de dólares aos contribuintes.
Todos os anos, pelo menos 20 tempestades ou tufões atingem ou se aproximam das Filipinas, sendo as regiões mais pobres geralmente as mais afetadas. Segundo cientistas, as mudanças climáticas estão provocando fenômenos meteorológicos extremos cada vez mais frequentes e intensos em todo o mundo.