Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Suspeito de peculato , Bolsonaro presta depoimento à PF sobre joias

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Quarta, 05 de Abril de 2023 às 12:18, por: CdB

Bolsonaro chegou à sede da PF por volta das 15 horas, acompanhado de dois advogados e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Segundo observadores da cena policial, o ex-presidente não pretendia lançar mão do direito de ficar em silêncio, mas, sim, responder às perguntas dos policiais.


Por Redação - de Brasília

A Polícia Federal (PF) reforçou a segurança em torno da sua sede, em Brasília, onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento na tarde desta quarta-feira. Ele foi interrogado no inquérito que apura se houve propina na oferta de presentes por autoridades estrangeiras, entre eles um colar de diamantes avaliado em mais de R$ 16 milhões.

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Bolsonaro precisou se dirigir à sede da PF, em Brasília, para responder a inquérito policial


Bolsonaro chegou à sede da PF por volta das 15 horas, acompanhado de dois advogados e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Segundo observadores da cena policial, o ex-presidente não pretendia lançar mão do direito de ficar em silêncio, mas, sim, responder às perguntas dos policiais.

O ambiente em torno da sede da PF ficou mais tenso, no entanto, após a mensagem do deputado federal André Janones (Avante-MG), nas redes sociais, em que lançou a dúvida quanto à possível prisão de Bolsonaro, durante o depoimento. “Há fortes indícios de que Bolsonaro pode ser preso ainda hoje durante seu depoimento. Movimentação é intensa aqui na sede da PF! Estamos acompanhando tudo em tempo real!”, escreveu Janones no Twitter.

Outros depoentes


Além de Bolsonaro, outras nove pessoas prestaram seus depoimentos simultânea e presencialmente na sede da PF, a fim de impedir que os depoentes compartilhem entre si o conteúdo dos questionamentos e combinem estratégias. Entre os suspeitos ouvidos estão o ajudante de ordens e braço direito do ex-presidente, o coronel Mauro Cid; Marcelo Câmara, assessor de Bolsonaro; e ex-chefe da Receita Federal Julio Cesar Vieira Gomes; assessores presidenciais e fiscais da Receita Federal.

Mauro Cid, por sua vez, deve dizer que Bolsonaro ordenou que fossem tomadas as medidas necessárias para retirar o conjunto de joias sauditas avaliadas em R$ 16,5 milhões que foram apreendidas pela fiscalização do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, em outubro de 2021. A apreensão ocorreu porque qualquer bem cujo valor seja superior a US$ 1 mil (cerca de R$ 5,6 mil) precisa ser declarado à Receita Federal, o que não ocorreu no caso das joias.

Diante da determinação de Bolsonaro, Mauro Cid ordenou que o então servidor da Ajudância de Ordens do Presidente da República Jairo Moreira da Silva fosse pessoalmente, no dia 29 de dezembro, ao aeroporto para "pegar alguns presentes que estavam retidos na alfândega", conforme relatou Jairo em depoimento colhido pela PF, em 31 de março, na condição de testemunha. A ordem foi dada por meio do tenente Cleiton Henrique Holszchuk, assessor de Mauro Cid.

Registro


Após determinar a retirada das joias, Mauro Cid se adiantou e solicitou o cadastro das joias como itens do acervo pessoal de Bolsonaro no sistema no Palácio do Planalto. O registro chegou a ser realizado como informou a servidora pública Priscila Esteves das Chagas, também em depoimento à Polícia Federal. A tentativa de retirar as joias, no entanto, foi frustrada.

O servidor da Receita Federal Marco Antônio Lopes Santanna, que recebeu Jairo na sede da Receita no aeroporto, negou a liberação das joias por falta de documentação.

Apesar de Jair Bolsonaro negar qualquer irregularidade, a Polícia Federal acredita que há “indícios concretos” de que o ex-presidente atuou diretamente na tentativa de recuperar as joias.

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